O segundo semestre, com promessas de realizações vitais para a Academia e respectiva mantenedora, na verdade, começa com uma série de deficiências. Eis algumas:

1 – Os diários de classe: estamos no meio da 3ª semana letiva e ainda não temos certeza de uma listagem de alunos devidamente matriculados. Não há diários prontos. O sítio da UnirG anunciou, no dia de ontem, 13 de agosto, a nona chamada do vestibular (http://www.unirg.edu.br/todas-as-noticias/883-divulgada-a-nona-chamada-do-vestibular.html). O que isto significa? A volubilidade da lista de alunos nos diários que, apesar dos inúmeros avisos de que estão, enfim, disponíveis, na verdade, ainda não estão. Há sempre muita exigência em relação ao cumprimento de prazos sobre estes documentos. Não discordamos disso, em hipótese alguma. O registro das atividades é, de fato, uma das atribuições obrigatórias e intransferíveis do professor. Mas quando o professor, ao tentar realizar isso, é impedido por desajustes, falhas no sistema, a coisa é desoladora. Os diários ainda não funcionam. Eles podem estar funcionando para gestão. Mas, para o professor, o diário funciona quando ele, ao tentar acessar suas disciplinas para proceder chamadas de alunos, o sistema – automatizado – atenda. Caso contrário, não está disponível. E, por enquanto, não estão disponíveis para todo mundo. Talvez por este motivo, professores não façam chamadas e os alunos também passem a contar com isso, apostando que não vão se prejudicar com faltas.

Diário IOW

2 – A falta de funcionários para apoio técnico a professores: a UnirG, em seu Calendário Acadêmico, aprovado pelo Conselho Acadêmico Superior, estabeleceu que os sábados são dias letivos. Se são dias letivos, a UnirG toda devia estar funcionando. Principalmente o Departamento de Audiovisual. Ocorre que, pelo menos no Campus I, este apoio não existe. No Campus II, em todas as salas, os aparelhos de datashow foram fixados e o problema de reserva e locação não existe mais. Mas no Campus I, apesar da disponibilidade em bom número destes aparelhos, eles não foram fixados. Não há funcionário atendendo aos sábados. Quem precisar do uso destes recursos, deve pegar o aparelho na noite de sexta-feira, levá-lo para casa, usá-lo no sábado e devolvê-lo na segunda-feira. Esta é a situação. E ela precisa ser mudada.

3 – O cumprimento do horário de trabalho: recentemente, o SIL-TV, canal de televisão local, achincalhou a UnirG, através de uma denúncia, alegando que o semestre letivo iniciado em 31 de julho se comprometia pelo não-comparecimento de todos os professores ao trabalho. Cometeu injustiça o seu apresentador pela generalização dos fatos. Muitos professores e uns poucos alunos estavam cumprindo suas obrigações acadêmicas. O professor e o aluno estão obrigados a uma carga-horária mínima de aulas. As aulas são distribuídas pelos turnos, dependendo da oferta dos cursos, matutino, vespertino e noturno. De manhã, as aulas começam às 7h15m e terminam às 11h35m. De tarde, das 13h15m às 17h35m. De noite, 19h15m às 22h45m. Esse horário sofre, costumeiramente uma redução de 15 minutos no seu início. E sofre uma redução de mais de 30 minutos no seu final. Não se trata de denúncia, mas de um verdadeiro drama. Para professores e alunos. Há muito que a honestidade de poucos vem sendo prejudicada pela conivência dos muitos. Qual é a deficiência? Por que o professor não faz valer sua autoridade para que o tempo integral do turno prevaleça? Uma das razões está no horário dos ônibus. Tanto dos ônibus fretados por alunos que procedem de outras cidades, quanto dos coletivos que prestam serviços em Gurupi. Nos dois campi da UnirG, quando chega às 22h30m, os alunos, em desespero, pedem para se retirar, porque suas conduções não esperam por eles. Há casos de alunos que são deixados em Gurupi. Ainda não se verificou nenhuma ação por parte de autoridade nenhuma sobre o problema. Nem mesmo o DCE, que deveria atuar neste sentido, para garantir a integralidade do direito dos alunos, parece que não aborda o problema. Sabemos que a TRANS-GOIÁS é uma concessão pública. E ela deveria ser chamada à sua responsabilidade de oferta condizente de serviço público. Quanto aos ônibus fretados, é sabido que eles são custeados, como é caso dos alunos procedentes de Formoso do Araguaia, pelos próprios alunos. Não faz sentido, neste caso, declinar de direitos por conta de péssimo serviço. Esta deficiência não deve ser tolerada.

4 – Ambientação das salas de aula: os gestores passados da UnirG fizeram opção por uma arquitetura que não deixa opções quanto à ambientação das salas de aula. Todas elas obrigam ao uso de aparelho de ar condicionado. Recurso que extermina com a saúde de qualquer sujeito. Quando funcionam, são insalubres. Quando não funcionam, não dá para ficar na sala que se transforma literalmente em sauna. No Campus II, muitas salas são munidas de aparelhos antigos que consomem muita energia e aclimatam muito pouco o recinto, além do barulho enervante. Há turmas com mais de 60 alunos e a coisa então piora. No Campus I, as salas envidraçadas são literalmente estufas. O sol penetra durante o dia e não sai durante a noite. O comutador dos aparelhos não se localizam nas salas. Os controles remotos de cada aparelho, deste o início, nunca foram disponibilizados. Não há funcionários treinados para sua regulação. Resultado: são recursos que, um dia, precisam ser repensados.

Esta matéria é estremunhada sim. Semelha àquele cidadão que existe apenas para reclamar. Mas ocorre que, quando a qualidade dos cursos desaba, como por exemplo através dos demonstrativos da ENADE, as bruxas primordiais são os professores…

Senhores, realizemos!

 

José Carlos de Freitas

Presidente da APUG-SSind