A CSP-Conlutas, em conjunto com várias entidades dos movimentos sindical, social e populares, participa, nesta sexta-feira (5), de uma mobilização contra a realização das Olimpíadas no Rio de Janeiro (RJ). O ato, marcado para as 11h na Avenida Atlântica, em frente ao Copacabana Palace, será realizado poucas horas antes da abertura dos jogos. Os sindicatos e movimentos sociais presentes denunciarão a realização das Olimpíadas em meio ao caos pelo qual passa o estado do Rio de Janeiro, com milhares de servidores estaduais sem salário e cortes de orçamento em áreas como educação e saúde.

“A CSP-Conlutas estará presente com sua coluna de trabalhadores, movimentos sociais e juventude; é urgente denunciarmos a situação pela qual vem passando o Rio de Janeiro, mas também os ataques à classe trabalhadora como o Projeto de Lei Complementar (PLP) 257/16, ajuste fiscal e outros”, conclama Sérgio Ribeiro, dirigente da Executiva Estadual da CSP-Conlutas no Rio de Janeiro.

Uma das críticas da CSP-Conlutas à realização das Olimpíadas foi o decreto de calamidade pública por parte do governador interino, Francisco Dornelles. Para a central, o decreto foi apenas para que o governo obtivesse mais verbas para os Jogos Olímpicos, podendo executar medidas excepcionais sem autorização do Legislativo, como realocação de verbas e cortes de serviços para priorizar outras áreas julgadas necessárias – neste caso as Olimpíadas 2016. “Ou seja, a preocupação para nada é com a precarização da saúde, da educação pública ou ainda com os salários atrasados dos servidores públicos e terceirizados, mas sim preparar a cidade mal e porcamente para os Jogos Olímpicos”, ressalta a dirigente da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Rita de Souza.

Segundo dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE), diversas empresas obtiveram isenção do pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) no valor equivalente a R$ 138 bilhões. O valor daria para pagar todos os salários, já que, segundo o próprio tribunal, o déficit mensal do estado gira em torno de 19 bilhões. Do orçamento total de gastos com os Jogos Olímpicos, que é de R$ 39 bilhões, R$ 24 bilhões são destinados para as tais obras que vão ficar de “legado” para a cidade relativos à mobilidade urbana e meio ambiente, mas que ainda não estão prontas.

Enquanto isso, nos serviços públicos…

Os hospitais administrados pelas Organizações Sociais de Saúde (OS) e as Unidades de Pronto Atendimento (Upas) estão fechando por falta de materiais, medicamentos e profissionais, já que os terceirizados estão sem receber salários. Servidores da ampla maioria dos órgãos públicos do Estado, com exceção da segurança pública, estão recebendo os salários atrasados desde o pagamento de outubro passado. Ou seja, há dez meses.

Com limite para ser efetivado em até o 5º dia útil do mês, os salários são pagos com atraso de até 10 dias. A segunda parcela do 13º de 2015 foi paga em cinco parcelas, iniciando em 20 de dezembro. Estão nessa situação os profissionais de educação, das escolas técnicas, os servidores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), funcionários do Detran, da Vigilância Sanitária Estadual, os trabalhadores da saúde estadual e outra categorias de servidores.

Os funcionários terceirizados no serviço público tiveram atraso de salários desde o início de setembro de 2015. Estes terceirizados, em todos os órgãos, estão recebendo seus vencimentos com até 120 dias de atraso.

Com informações e imagem de CSP-Conlutas

Fonte: ANDES-SN