A poucos dias do fim das Olimpíadas Rio 2016, manifestações realizadas na terça-feira (16), por todo o país, expuseram a ofensiva aos direitos dos trabalhadores e o desmonte dos serviços públicos em curso. Os protestos marcaram o Dia Nacional de Mobilização em Defesa dos Empregos e contra a Retirada de Direitos, chamado pelas Centrais Sindicais, entre elas a CSP-Conlutas – à qual o ANDES-SN é filiado.
Capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília, Maceió, Natal, Cuiabá, Salvador, Curitiba, Manaus foram palco de atos públicos com a presença de diversas categorias de trabalhadores do serviço público e da inciativa privada. O ANDES-SN e suas seções sindicais se juntaram às manifestações. Em várias cidades, os docentes paralisaram as atividades, promoveram debates, atos e aulas públicas para protestar contra a precarização da Educação Pública e os ataques aos serviços públicos e os servidores contidos em medidas como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016 e o Projeto de Lei Complementar (PLP) PLP 257/2016, que atacam frontalmente os serviços e servidores públicos de todo o país. Além disso, denunciaram também o atentado à liberdade de pensamento e expressão presente nos projetos com base no Programa Escola Sem Partido, que tramitam no Congresso Nacional, e buscam censurar os docentes em sala de aula. Alexandre Galvão, secretário-geral do ANDES-SN, afirma que o dia 16 de agosto foi muito positivo e que conseguiu atingir o objetivo proposto pelas centrais e sindicatos de denunciar para a sociedade os ataques à classe trabalhadora .“Essa é a primeira ação de muitas. No caso do ANDES-SN, docentes das instituições federais, das estaduais e municipais realizaram atividades importantes em unidade com o conjunto da classe trabalhadora, participando ativamente desse processo. Estamos em uma conjuntura de muitos ataques aos direitos da classe trabalhadora, tanto do serviço público quanto do setor privado, que estão sendo levados a cabo pelo governo interino que aponta também a possiblidade de uma nova contrarreforma da Previdência, que seria algo nefasto. Por isso, a perspectiva é de realizarmos mais atividades de mobilização como a que ocorreu nessa terça para a construção de uma greve geral em unidade com toda a classe trabalhadora”, disse. Confira algumas das atividades realizadas na terça: Em São Paulo, docentes, técnico-administrativos e estudantes em unidade com diversas categorias de trabalhadores como metalúrgicos, bancários, trabalhadores dos correios, aposentados, entre outros, tomaram a Avenida Paulista em defesa do empregos e dos direitos dos trabalhadores. Mais de três mil manifestantes também protestaram contra a terceirização e as privatizações, entre elas a do Pré-sal, pelo fim das contrarreformas da Previdência e Trabalhista e a favor da construção de uma greve geral no país. Na capital do Rio de Janeiro, docentes de diversas instituições de ensino superior se uniram aos petroleiros, que desde o início da semana estão paralisados e realizando protestos, e participaram do ato em defesa dos direitos e contra as privatizações, que aconteceu em frente à Transpetro, subsidiária da Petrobras que está ameaçada de privatização. Os manifestantes deram um “abraço” simbólico ao prédio em defesa da suspensão dos processos de privatização. Na Bahia, ocorreram diversas atividades em todo o estado. Em Salvador, os manifestantes ocuparam a Avenida Tancredo Neves, centro econômico da capital baiana, para repudiar a retirada de direitos trabalhistas e sociais, imposta pelo governo interino de Michel Temer. Depois de percorrer toda a avenida, o protesto se concentrou em frente à Federação das Indústrias do Estado da Bahia. Juntas, as centrais mostraram a força e ressaltam que o trabalhador não pagará pela crise. Como parte das atividades do Dia Nacional de Mobilização, ocorreu também panfletagem nos três campi da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Useb) para dialogar com a comunidade universitária sobre o desmonte da educação pública e da legislação trabalhista no Brasil. Em Itabuna, os docentes da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), se somaram à manifestação organizada pelas entidades que compõe o Comitê Local em Defesa da Educação Pública. Já os docentes da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) realizaram assembleia para debater os ataques aos trabalhadores. Em Boa Vista (RR), as centrais sindicais, movimentos sociais, docentes e estudantes das universidades Federal de Roraima (UFRR), Estadual de Roraima (UERR) e do Instituto Federal de Roraima (IFRR) realizaram atividade na praça do Centro Cívico da capital roraimense, em protesto contra os ajustes fiscais propostos pelo governo federal. Docentes, técnico-administrativos e estudantes da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) também foram às ruas para marcar o Dia Nacional de Lutas, com ato na Praça da Bandeira, em Campina Grande (PB), assim como os docentes da Universidade Federal do Mato Grosso, que fizeram manifestação em Cuiabá (MT). No Paraná, a comunidade acadêmica da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) realizou ato no município de Irati, localizado a 150km de Curitiba, para mostrar a população local os ataques dos projetos que estão em curso no Congresso Nacional e que visam congelar por 20 anos os gastos com servidores e serviços públicos. Na Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) foi realizado um seminário sobre o PLP 257/2016 e a PEC 241/2016. No centro da capital Curitiba, o ato unitário ocupou a Praça Santos Andrade, em defesa da greve geral para barrar o ajuste fiscal e o PL 257. Em Pelotas (RS), no dia 16 de agosto, as atividades de mobilização tiveram início pela manhã. Docentes, estudantes, movimentos sociais e sindicais concentraram-se no calçadão da Andrade Neves, e denunciaram as medidas que atacam os serviços públicos e direitos da população. Pela tarde, uma marcha percorreu as ruas do centro da cidade. Na capital gaúcha também ocorreu manifestação contra a retirada de direitos dos trabalhadores. A comunidade acadêmica da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) participou, na manhã do dia 16, em Natal, de um ato público organizado por servidores federais contra o PLP 257/2016 e a PEC 241/2016, que, sob o argumento de promover um “ajuste fiscal” no país, traz graves consequências para o funcionalismo público como um todo, como o congelamento salarial, suspensão de concursos, demissão de servidores, imposição de previdência complementar, elevação de contribuição previdenciárias e consequente precarização dos serviços públicos entre outros prejuízos. No município de Mossoró (RN), docentes, técnicos e estudantes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) realizaram um grande ato público unificado que contou com a presença de representantes de diversos sindicatos, partidos políticos e movimentos sociais. Em Manaus (AM), o Dia Nacional de Mobilização em Defesa dos Empregos e contra a Retirada de Direitos, foi marcado por mobilização em frente ao terminal de ônibus na Zona Sul da capital. Docentes da Ufam, em conjunto com integrantes de sindicatos, movimentos sociais e estudantis e de partidos políticos se pronunciaram e distribuíram panfletos contra o PLP 257/2016 e a PEC 241/2016. Em Vitória (ES), os docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) aderiram à paralisação nacional da categoria. A mobilização dos docentes começou pela manhã com Café com Roda de Conversa sobre os ataques expressos nas propostas do PLP 257 e na PEC 241, ambos de 2016, e que estão em tramitação no Congresso Nacional, como também de outros ataques como a lei 13.325/2016, já sancionada, que altera a carreira e promove achatamento salarial dos servidores públicos ativos e aposentados da educação, incluindo os professores federais. Em Fortaleza (CE), o dia começou com panfletagem sobre a contrarreforma da Previdência e com um ato unificado da capital cearense durante a tarde na Praça da Bandeira. Em Maceió (AL), servidores federais, estaduais e municipais, além de trabalhadores da iniciativa privada, se mobilizaram na capital alagoana contra os projetos em curso no Congresso. Luta por moradia Em Osasco (SP), o Movimento Luta Popular organizou um protesto com moradores da Ocupação Esperança. A manifestação seguiu até o centro de Osasco, para denunciar o despejo marcado para acontecer dentro de 90 dias. *Com informações das seções sindicais do ANDES-SN e CSP-Conlutas Fonte: ANDES-SN