Caros colegas professores da Apug-Ssind

“É dentro de nós que o ANO NOVO cochila e espera desde sempre. Na experiência de nossas lutas e de nossa história, que prosseguimos, desde sempre, todos os dias, na defesa de uma sociedade mais justa para todos os professores.

O ano de 2014 foi marcado por intensos debates, para que a universidade não se submeta à lógica produtivista e mercantil. Estamos vivenciando a profunda desestruturação e precarização da carreira, a intensificação do trabalho, mas não deixaremos de lutar.

Só a Unidade de todos os professores em torno da base forte, da Apug atuante e consciente é que nos permitirá lutar e resistir ao que se aproxima e avançarmos na defesa dos nossos direitos.

Nesse sentido, 2014 foi marcado por importantes passos para essa construção. Instruídos pela realidade de nossos locais de trabalho, avançamos na compreensão e conscientização de que precisamos estar alertas e vigilantes, face à mercantilização dos nossos direitos sociais e da vida, que avança em nível nacional. Da mesma forma precisamos estar atentos ao que acontece em nosso estado e nos demais estados do Brasil, nas políticas públicas de segurança, saúde, educação, ciência e tecnologia e muitas outras questões que nos afeta, mas que precisamos combater, resistir e avançar”.

Que o ano novo, que 2015 não seja apenas um mero virar de página ou de calendário em nossas vidas.

Que realmente tenhamos um novo ano merecido.

Mas para ganhar um ANO NOVO que mereça este nome, nós temos que fazê-lo, conquistá-lo. E nossas ações é que vão dizer o quanto merecemos. Sabemos que não será fácil, mas sabemos como fazê-lo.

Prossigamos, conscientes, nos rumos de 2014. Na CONSOLIDAÇÃO E LUTA DOS NOSSOS DIREITOS.

DIRETORIA DA APUG-SSIND, com colaboração Ascom/ANDES-SN

pp

Receita de ano novo

    Carlos Drummond de Andrade

 

Para você ganhar belíssimo Ano Novo

cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo

até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior)

novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come, se passeia,

se ama, se compreende, se trabalha,

você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,

não precisa expedir nem receber mensagens

(planta recebe mensagens?

passa telegramas?)

Não precisa

fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido

pelas besteiras consumidas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade, recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados, começando

pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro, tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo

cochila e espera desde sempre.