A Universidade Federal do Tocantins (UFT) assinou contrato de gestão compartilhada do Hospital de Doenças Tropicais (HDT) de Araguaína com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) na última quarta-feira em Brasília (DF). Não houve qualquer discussão sobre a adesão com a comunidade acadêmica, muito menos decisão deliberada no Conselho Universitário (Consuni).

“Não falaram nada com ninguém. Simplesmente foram até Brasília, assinaram o contrato e postaram a notícia no site da universidade”, critica Maurício Alves da Silva, presidente da Seção Sindical dos Docentes da UFT (Sesduft – Seção Sindical do ANDES-SN). Segundo Silva, o HDT foi recentemente doado à universidade pelo estado do Tocantins, e o fato da adesão à Ebserh não ter passado pelas instâncias necessárias demonstra, como em outras instituições pelo país, uma ofensa à autonomia e à democracia universitária.

Maurício afirma que a universidade e a Ebserh têm tratado a adesão do HDT à empresa como fundamental para a criação do curso de medicina em Araguaína. “Não estamos lutando contra a criação do curso de medicina. Apenas queremos que o hospital não seja gerido por esse modelo de administração que é a Ebserh”, afirma. O presidente da Sesduft SSind cita ainda que a UFT ainda não tem Hospital Universitário em Palmas, capital do estado e sede da universidade, mas que a Ebserh já está participando do processo de criação do projeto do futuro hospital, o que demonstra que ele será construído de acordo com o modelo privatista da empresa.

O 34º Congresso do ANDES-SN, realizado em Brasília entre os dias 23 e 28 de fevereiro, aprovou, em sua plenária final, moção de repúdio à condução antidemocrática do processo de adesão da UFT à Ebserh.
*Com informações e imagem de Ebserh.