A Diretoria da APUG-SISND informa à categoria docente que apesar da Data Base dos Professores da Unirg ser em janeiro de cada ano, como preconiza a legislação, a representação docente, ao procurar a Presidência da Fundação para discutir a recomposição salarial, foi solicitada que aguardasse até final de fevereiro para que fosse repassada uma proposta. Todavia, o mês terminou sem que nenhuma posição a respeito fosse manifestada pela Fundação Unirg.

 Até agora o que temos ouvido do Sr. Tiago Benfica é de que a prioridade absoluta da Fundação Unirg é a conclusão e  do Campus I, é a redução de custos e despesas da Instituição,  que haverá fiscalização rigorosa e o fim das horas docentes não trabalhadas, com o respectivo desconto em folha, a instalação de relógio de ponto com GPS, a moralização dos casos de falsos comunicados de adoecimento, inclusive com a instalação de uma junta médica da própria Unirg e outras medidas “para evitar quaisquer prejuízos à Instituição” ou que “os docentes encaram suas horas diversificadas como uma espécie de bônus para não ser trabalhadas”.

Nessa disposição de “evitar supostos prejuízos na instituição” e  regularizar o Regime de Trabalho dos Docentes, vimos inclusive ser editado a Portaria 103/2018 DE 23/02/2018, considerando o teor do Relatório Final da Comissão de Enquadramento e a Resolução n˚ 061/2017 do Consup e a Portaria 949/2017, que definiu, no mínimo, 20 horas comuns a todos os professores enquadrados no regime de 40 horas e de 8 horas, para o regime de 20 horas.

A Apug-Ssind vem tornar público que não é conivente com nenhum privilégio e que nunca foi conivente com nenhuma prática nociva aos cofres públicos da Instituição, nem de seus filiados ou de qualquer funcionário ou gestor administrativo ou acadêmico. Pelo contrário. Apoiamos qualquer iniciativa que vise moralizar as finanças da instituição, sem, contudo aceitar que o conjunto dos professores sejam acusados injustamente de não trabalhar, estar sendo bonificados por horas diversificadas e/ou mesmo ficar exigindo direitos além do que está previsto no Plano de Carreira Docente.

Lembramos ao Presidente da Fundação Unirg que as perdas salariais dos últimos anos já excedem mais 25% e que uma negativa de não reajuste salarial para a categoria docente no ano de 2018, só irá agravar ainda mais a perda de poder aquisitivo da categoria.

A Apug-Ssind adverte que sem recomposição, sem negociação, sem reposição de perdas salariais, sem o pagamento de adicional noturno, sem o pagamento de insalubridade, sem melhores condições de trabalho e manifestação da Fundação quanto aos elementos essenciais do Plano de Carreiras Docente, fica difícil aceitar ou acatar qualquer decisão de austeridade e de que “os professores precisam ter cautela para não quebrarem a Instituição.”

A Apug-Ssind entende que falta transparência nas relações institucionais e a verdade nas afirmações. A democracia e o respeito aos direitos trabalhistas são o primeiro passo para fazer a UNIRG avançar, inclusive, para a condição de Universidade.

Ao mesmo tempo, a Apug-Ssind não está alheia aos problemas econômicos e sociais do mundo, Brasil, Tocantins e do município de Gurupi. Mas os mesmos problemas não podem servir de mote oficial para descumprir o ordenamento das leis existentes ou que a gestão leve com a barriga e ainda fustigando a categoria docente como se o seu conjunto não trabalhasse adequadamente

Infelizmente, grande parte da sociedade e também os gestores e políticos locais, ainda não compreenderam o que é a Unirg e o Centro Universitário e qual é a sua importância para o desenvolvimento de Gurupi e região e preferem atacar o micro, sem olhar o macro, fortalecendo a lógica da responsabilização dos problemas da instituição àqueles que são principalmente parte da solução desses problemas.

A Apug-Ssind tem consciência da sua presença no contexto do tripé dos atores que compõem a Unirg, enquanto representação docente. Não somos apenas uma entidade de classe que defende salários. Vamos além disso. E muito. Mas para se ter qualidade de vida, de ensino, de extensão e de pesquisa dentro de uma universidade, seja em qual esfera for, é preciso respeitar, dialogar e ter reconhecimento da luta, como instrumento político, social e educacional. E isso não está acontecendo por parte dos gestores, que invariavelmente acusam injustamente os professores de relapsos, preguiçosos, marajás, esquecendo-se eles, os gestores, de que no caso em tela, e nos últimos 10 anos, a luta tem sido exclusivamente para garantir os direitos LEGAIS, e não mordomias, como apregoam repetidamente.

Sem contar as precarizações dos professores contratados, que em sua ampla maioria no processo de reenquadramento, assumiram 28 horas docentes em sala de aula, não recebem o mês de janeiro em sua totalidade, somente quando estão na função de coordenador. Entre outras mazelas administrativas.

Continuaremos a lutar e levaremos o diálogo por melhores condições de trabalho até quando estiverem esgotadas todas as tentativas de negociação, não descartando outros mecanismos legais e de luta para assegurar os direitos de todos os professores.

Diretoria da Apug