A APUG-SSind leva a público a publicação da RESENHA do livro AGROESCRAVIDÃO: A DEGRADAÇÃO DO HUMANO E O AVANÇO DO AGRONEGÓCIO NO BRASIL CONTEMPORÂNEO do companheiro Paulo Henrique Costa Mattos, feita por um dos doutores, Eduardo Sugizaki, que compuseram a banca de defesa de sua dissertação de mestrado que se transformou no livro referido. A resenha foi publicada na Revista de História da Universidade Federal de Goiás.

EDUARDO SUGIZAKI é Licenciado em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás – UFG (1993), Bacharelado em Teologia pelo Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás – IFITEG (1993). Mestrado em Filosofia pela UFG (1997). Doutorado em História pela UFG (concluído em 2011) e Doutorado em Filosofia pela Universidade da Picardia Júlio Verne (concluído em 2011). Pós-doutorando em Filosofia pela Universidade Federal de São Paulo, sob a supervisão do Prof. Dr. Marcelo Silva de Carvalho.

Reproduzimos aqui suas linhas:

O FENÔMENO DO TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO

O fenômeno do trabalho escravo contemporâneo é o fenômeno de que se ocupa o novo livro do Professor Paulo Henrique Costa Mattos, intitulado Agroescravidão: degradação do humano e o avanço do agronegócio no Brasil.

Através do truck system, o capitalismo encontrou uma forma de continuar a exploração de mão-de-obra escrava, sob um verniz de suposta legalidade, já que o Ocidente, desde o fim do século XVIII, viu desaparecer, progressivamente, os regimes baseados em exploração legal de trabalho escravo. Neste novo sistema de escravidão, o trabalhador é, de diferentes maneiras, aprisionado em uma dívida para com o patrão (ou preposto a ele associado). A dívida é constituída de maneira mais ou menos artificial pela venda ao trabalhador daquilo que ele tem necessidade para sobreviver, enquanto trabalha. Através de um jogo que difere segundo as localidades em que se implantou, o patrão consegue que o salário pago pelo trabalho é sempre insuficiente para quitar a dívida, da qual o trabalhador resta prisioneiro.

O presente livro, de Paulo Mattos, deve ser colocado ao lado das grandes contribuições de entendimento do trabalho escravo contemporâneo. O livro que temos em mãos é uma reflexão de caráter histórico e sociológico sobre os mecanismos estruturais que permitem as novas modalidades da escravidão.

 

Eduardo Sugizaki

Doutor em História pela UFG, Doutor em Filosofia pela Universidade da Picardia Júlio Verne, Pós-doutorando em Filosofia pela UNIFESP e Professor do Curso de Mestrado em História da PUC-Goiás

E anexamos a resenha:

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Ao companheiro Paulo, os nossos parabéns!

 

José Carlos de Freitas

Presidente da APUG-SSind