Com o auditório do Centro Cultural Mauro Cunha repleto de acadêmicos, professores e convidados, deu-se início ao primeiro encontro do Curso de Extensão Filosofia, Literatura e Cinema, promovido pela APUG-Ssind há mais de 10 anos, em parceria com os cursos de Letras, Pedagogia, Direito, Comunicação Social e Educação Física da Universidade de Gurupi – UnirG. Nesta edição o projeto explora o tema “Nortidades Brasileiras”, voltando-se para a reflexão dos dramas sociais, políticos, ambientais, culturais e educacionais dos povos que habitam a Amazônia brasileira, por meio das obras cinematográficas produzidas in loco, nos sete estados da região norte do Brasil.

Dividido em quatro etapas, o curso terá duração de dois anos, totalizando seis encontros semestrais, com carga horária para certificação de 120 horas, sendo quatro etapas de 30 horas. Documentários e filmes de longa e curta metragem serão exibidos, organizados em torno das temáticas alternadas: nacionalidades indígenas; populações ribeirinhas; novas fronteiras agrícolas; ocupações migratórias; extração mineral; preservação e degradação ambiental; processos educacionais; exploração trabalhista; conflitos e violências, presenças e omissões do Estado; religiosidades e identidades culturais.

Na primeira etapa foi exibido o filme O Nome da Morte, baseado em fatos reais, que retrata a vida do pistoleiro Júlio Santana (nome fictício), um jovem sem perspectiva que nasceu na região norte do país, e que por lealdade ao tio, entra no mundo do crime, matando 492 pessoas, segundo suas próprias revelações no livro homônimo de Klester Cavalcanti.

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Após o filme, a mesa-redonda debateu o tema que mostra a violência no campo, a partir de um caso real. Nela, estavam os professores Paulo Henrique Costa Mattos e Gilberto Correia da Silva (presidente da Apug), a atriz Ademilde Cordeiro Brito e o ator Fernando Martins, que participaram da saga filmada no Tocantins. Segundo o historiador Paulo Henrique, “a pistolagem sempre existiu e agora aparece cada vez mais sofisticada, mostrando a situação clara do Brasil, com impunidade, obrigação social e do indivíduo em uma triste realidade do cotidiano com esse tipo de profissão e criminalidade reinante, que a cada dia cresce mais em nosso país”, declarou.

Foto - Rafael Silva Oliveira

Foto – Rafael Silva Oliveira

O Curso de Extensão Filosofia, Literatura e Cinema existe há mais de 10 anos, tendo incorporado a Literatura ao decorrer do período. Desde seu início, mais de 1000 pessoas participaram, entre acadêmicos, professores e convidados que abrilhantaram o projeto, com algumas participações especiais de convidados do estado e de outras regiões do país. O projeto é coordenado pelo professor José Carlos de Freitas.

A próxima edição acontecerá no dia 17 de março, no auditório do Campus I da UnirG.

 

Gilberto Correia da Silva

Presidente da APUG-Ssind