O mestre de capoeira e compositor Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, foi assassinado a facadas na noite de domingo, dia (7/10) em Salvador (BA). Mestre Moa foi esfaqueado doze vezes nas costas por um apoiador de Jair Bolsonaro quando disse que era eleitor do Partido dos Trabalhadores (PT).

O suspeito, cujo nome não foi divulgado, foi preso e confessou o crime à polícia. Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), ele teria se aproximado do grupo em que Moa estava afirmado que era eleitor de Bolsonaro. O homem reagiu com violência após o mestre de capoeira afirmar que o grupo votava no PT. Germinio Pereira, primo do Mestre Moa, também foi esfaqueado no braço e teve que passar por cirurgia.

Nascido em Salvador, Moa do Katendê era um artista ligado às tradições afro-baianas. Compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador, descobriu suas raízes aos oito anos de idade no “Ilê Axé Omin Bain”, terreiro de sua tia e incentivadora. Mestre Moa do Katendê falava sobre a “reafricanização” da juventude da Bahia e do processo de “reafricanização” do carnaval na Bahia, e atribuía esse processo à própria dinâmica interna da vida baiana.

Caroline Lima, 1ª secretária do ANDES-SN, afirmou que a Bahia amanheceu triste pelo assassinato. “Mestre Moa era um militante do movimento negro, do movimento de cultura afro-brasileira. Foi uma perda triste que é resultado do discurso de ódio. Não podemos deixar que isso nos abata, nem deixar que o ódio vença a esperança. Temos que seguir resistindo”, disse.

“O discurso de ódio e o projeto protofascista estão ganhando corpo e gerando uma polarização, usando da força e da violência para calar a divergência. O crime é reflexo dessa polarização e demonstra como o discurso de ódio está ganhando força no processo eleitoral”, completa Caroline.

A diretoria do ANDES-SN divulgou nota repudiando o assassinato.

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Com informações e imagem de Geledés/ ANDES-SN.