Quatro professores da APUG estão participando do 38º Congresso Nacional do ANDES-SN, que está sendo realizado em Belém do Pará. Estão representando a seção sindical os professores Paulo Henrique Costa Mattos, Edna Pinho, Gilberto Correia e Joel Pinho. Os dois primeiros na condição de diretores da seção sindical e os demais indicados e eleitos na assembleia realizada em novembro de 2018.

O tom da mesa de abertura, na manhã da segunda-feira (28), foi um chamado à unidade na diversidade. O evento está sendo realizado no auditório do Centro de Eventos Benedito Nunes, na Universidade Federal do Pará (UFPA). O Congresso segue até o dia 02 de fevereiro e está reunindo mais de 600 docentes universitários de todo o país. A riqueza cultural da Amazônia marcou a celebração de abertura, com apresentação da Associação Cultural Iaçá, destacando as encantarias e as lendas amazônicas, convidando os professores a entrarem nas rodas de carimbó.

Na mesa de abertura, o presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, apontou os desafios da conjuntura. Ele reafirmou o compromisso do Sindicato Nacional na defesa da democracia, das instituições públicas de ensino e do trabalho docente. Gonçalves lembrou do movimento da Cabanagem e do revolucionário Eduardo Angelim, que no século XIX assumiu o comando da Província do Grão-Pará, destituindo a elite local do poder. “Que aquele movimento de resistência nos sirva de inspiração e que tenhamos a capacidade de construir a luta necessária para este momento e saiamos com um patamar superior da organização”, afirmou.

A diretora-geral da ADUFPA, Rosimê Meguins, deu boas-vindas aos participantes, lembrando  o histórico de mobilização da entidade, que completa 40 anos e destacando a importância do movimento docente no enfrentamento à Ditadura Militar. A diretora defendeu ainda a construção de unidade por mais direitos e em defesa das liberdades democráticas. “O maior desafio de nossa categoria e nosso sindicato é mostrar que não iremos aceitar retrocessos”, disse.

Já o reitor da UFPA, Emmanuel Tourinho, criticou as medidas restritivas no Orçamento da União, falou sobre os ataques à autonomia universitária e destacou o papel das Universidades públicas na defesa de um projeto de sociedade que garanta a soberania do país. “Não podemos querer apenas preparar bons técnicos profissionais. Temos que promover a cidadania, a crítica e a ciência”, defendeu.

Representando a Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Saulo Arcangeli indicou um calendário de lutas contra os ataques do novo governo. Ele deu destaque à Assembleia Geral dos Trabalhadores, que vai ocorrer em 20 de fevereiro, na Praça da Sé, em São Paulo. Ao analisar a conjuntura, ressaltou a resistência às políticas de austeridade fiscal pelo mundo. “Os ajustes fiscais estão sendo aplicados em todo o mundo, mas também há resistências, como os coletes amarelos na França e a greve dos professores nos Estados Unidos”, explicou.

O diretor da UNE, Adriano Mendes, defendeu a unidade entre os estudantes, técnico-administrativos e professores. Na pauta, a defesa da educação pública, um dos setores mais atacados pelo atual governo. “Temos o projeto Escola sem Partido, que na verdade é um projeto de Escola com Mordaça, que quer limitar a criticidade, para impedir o avanço de um projeto de sociedade voltado para o povo”, pontuou.

 

APUG-Ssind presente

Segundo o professor Paulo Henrique Costa Mattos, presidente da Associação dos Professores Universitários de Gurupi – APUG-Ssind, vive-se atualmente um dos momentos mais trágicos da Educação Pública brasileira, momento de destruição da autonomia universitária e da livre escolha de Reitores, da retirada de direitos trabalhistas, do corte de recursos para pesquisa e extensão e destruição da pluralidade universitária. “Diante dessa verdadeira tragédia só nos resta construir a mais ampla unidade dos setores das universidades públicas federais, estaduais e municipais”.

APUG no 38° Congresso do ANDES

APUG no 38° Congresso do ANDES

O presidente da APUG lembrou ainda que pela primeira vez em muitos anos, a seção sindical enviou quatro professores filiados para participar do Congresso do Andes, com perspectiva de capacitar docentes da base e da Diretoria para reproduzir as discussões de Conjuntura, Reforma da Previdência, Reforma Trabalhista e outras discussões inerentes ao grave período em que vivemos.

Paulo Henrique destacou ainda que “o 38º Congresso do Andes ocorre em Belém em um momento fundamental da vida de todos os docentes brasileiros e movidos pelo espírito da Cabanagem – a maior revolta popular -, vamos construir a resistência necessária, mostrar que os docentes das universidades dos três setores do ANDES têm claro, que não se constrói um país desenvolvido sem ciência, tecnologia e educação de qualidade”, finalizou o presidente.

 

Fonte: Prof. Gilberto Correia, com informações da ADUFPA e ANDES