Os participantes do 5º Encontro Regional Planalto do ANDES-SN, que aconteceu na sede da seção sindical Apug-Ssind, em Gurupi, no último final de semana, aprovaram Moção de Repúdio contra ação do Ministério Público de Goiás, pela tentativa de criminalizar três professores – Helga Maria Martins de Paula, diretora Regional Planalto do ANDES; professor Wagner Gouvêa dos Santos, diretor da Regional Jataí da UFG e professora Marta Jane, do IFG-Goiânia – que participaram de uma atividade acadêmica na cidade de Jataí-GO, no mês de setembro, organizada na Universidade Federal de Goiás daquela cidade goiana.
A atividade intitulada “Roda de Conversa: Criminalização dos Movimentos Sociais e Violência do Estado”, foi totalmente controlada e vigiada pelo Ministério Público, que questionou os professores e não os grupos organizadores da atividade acadêmica e estão tentando criminalizar os docentes, individualizando a condução do evento e imputando responsabilidade aos mesmos por ilícito eleitoral.
Para o professor Paulo Henrique Costa Mattos, vice-presidente da Apug-Ssind e segundo tesoureiro da Regional Planalto do ANDES-SN, foi uma “atitude totalmente criminalizadora de um evento que discutia exatamente a criminalização dos movimentos sociais, o que faz parecer e demonstrar o atual cenário de pressão estatal na tentativa de desmobilizar os movimentos sociais organizados, tentando criar imagens negativas de propostas de debates e ações nas discussões dos principais problemas que afetam o Brasil, em especial a educação em todos os níveis”, destacou o dirigente sindical.
O evento contou ainda com a presença do então candidato a presidente do Brasil, professor Mauro Iasi, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Leia íntegra da Moção de Repúdio aprovada

Os participantes do 5º Encontro Regional Planalto do ANDES repudiam a tentativa de criminalização de atividade acadêmica organizada na Universidade Federal de Goiás pela AdCAJ – Seção Sindical ANDES-SN, intitulada “Roda de Conversa: Criminalização dos Movimentos Sociais e Violência do Estado”, com a presença dos professores Dr. Mauro Iasi (UFRJ) e Me. Marta Jane (IFG-Goiânia), que foi questionada pelo Ministério Público sem ser direcionada aos grupos organizadores, mas sim aos professores Helga Maria Martins de Paula – Diretora da Regional Planalto do ANDES –Professor Wagner Gouvêa dos Santos – Diretor da Regional Jataí da UFG – e Professora Marta Jane – IFG-Goiânia – individualizando a condução do evento e imputando responsabilidade aos mesmos por ilícito eleitoral.
A estratégia criminalizadora de um evento que discutia justamente a criminalização dos movimentos sociais parece ter sido realizada justamente para demonstrar o atual cenário de recrudescimento estatal frente à atuação organizada de movimentos sociais e a todo contexto que explica intolerâncias e a mitigação de direitos sociais se desenvolve e fortalece por meio de ações de criminalização e construção de imagens estigmatizadoras e distorcidas de movimentos sociais, grupos organizados, bem como de seus integrantes, acusando-os sempre de baderneiros, radicais, inconsequentes e transformando posturas e ações políticas e ideológicas em casos de polícia, em uma clara intenção de retirar o seu aspecto público e colocar a maioria da sociedade contra a luta legítima por direitos trabalhistas e sociais.
Estamos diante de uma conjuntura histórica em que falar sobre política é crime, em que debates acadêmicos são coibidos e os problemas reais dos trabalhadores são mascarados por eleições supostamente neutras, mas de fato controladas pelo poder econômico de grupos privados e que não representam os interesses da maioria da população.
A importância da Universidade como um espaço plural e propício para atividades de cunho acadêmico, podendo ampliar o debate, muito atual e coadunado com a conjuntura histórica, das recentes posturas de recrudescimento do Estado contra movimentos sociais é fundamental e deverá ser aprofundada, apesar das lamentáveis ações do Ministério Público que está sendo instrumentalizado politicamente, tentando coibir atividades na Universidade de uma maneira reprovável, por meio de uma ofensiva pessoalizada.
Gurupi-TO, 08 de novembro de 2014
5 encontro ANDES