O vice-presidente da Apug e segundo secretário da Regional Planalto do Andes, professor Paulo Henrique Costa Mattos, analisou a decisão e considerou um retrocesso, que poderá, segundo Mattos, trazer enormes consequências futuras. “Penso que essa votação de 262 favoráveis a desfiliação e 127 pela manutenção da filiação e 07 abstenções é um erro histórico, pois o grande mérito do Andes sempre foi ser um Sindicato classista, independente e autônomo a qualquer governo e partido político. Na verdade, essa votação abriu possibilidade para que em breve, os setores lulistas e petistas do Andes façam proposta de apresentação do sindicato voltar com sua filiação à Central Única dos Trabalhadores (CUT), central essa da qual o Andes se desfiliou por causa do atrelamento dessa mesma central aos governos do PT e do apoio dado à Reforma da Previdência feito pelo governo Dilma”.
O representante da Apug destacou ainda que ‘derrotar o governo neoliberal-fascista de Bolsonaro foi uma necessidade, mas manter a independência, a autonomia e a postura classista do Andes também. O nosso sindicato não pode ser correia de transmissão de nenhum governo, nem de direita, nem de centro e nem de esquerda”, finalizou.
41º Congresso do ANDES-SN aprova a desfiliação da CSP-Conlutas em plenária
A votação aconteceu na última sexta-feira (10), durante a realização do 41º Congresso Nacional do ANDES-SN. Por 262 votos favoráveis, 127 contrários e 7 abstenções, a decisão corroborou a indicação feita no 14º Conad Extraordinário do ANDES-SN, em novembro passado em Brasília (DF).
A decisão ocorreu pela manhã durante a Plenária do Tema 4, que trata das questões organizativas e financeiras do sindicato. Cerca de 17 participantes, respeitando a paridade de gênero, trouxeram análises sobre a atuação da central sindical e da participação do ANDES-SN na CSP-Conlutas.
Diversas falas das e dos docentes a favor da desfiliação da CSP-Conlutas apontaram que diante da atual conjuntura política do país, em particular, com o avanço do fascismo, seria um momento delicado continuar filiado à CSP-Conlutas. Foi destacado ainda a gravidade dos atos golpistas contra a democracia no dia 8 de janeiro de 2023. Algumas e alguns docentes apontaram que a central tem dificuldade em alcançar a base docente. Para elas e eles, a luta do Sindicato Nacional deve ser pela ampla unidade e no avanço da construção de pautas unificadas.
Já as delegadas e os delegados que são contra a desfiliação afirmaram que a CSP-Conlutas tem um papel importante na defesa da classe trabalhadora agregando as lutas das categorias do funcionalismo público e das demais categorias e movimentos sociais, populares e estudantis. Para as delegadas e os delegados, a CSP-Conlutas teve um papel fundamental quando o ANDES-SN se desfiliou à CUT, após a aprovação da reforma da Previdência em 2003, e se filiou a uma central “combativa e autônoma”.
Após a aprovação da desfiliação do Sindicato Nacional da CSP-Conlutas, as e os docentes aprovaram a realização de um Seminário Nacional sobre a reorganização da classe trabalhadora em 2023 e que o ANDES-SN, por meio das suas secretarias regionais e com apoio do GTPFS, promova reuniões e seminários para discutir e divulgar a importância das centrais sindicais na organização das lutas em defesa da classe trabalhadora.
Ascom-Apug, com informações da Ascom/ANDES