No final da manhã desta quarta-feira (14/08) a diretoria da APUG esteve em reunião com o presidente da Fundação UnirG, Thiago Benfica, para mais uma rodada de negociação, onde foram discutidas questões trabalhistas e outras reivindicações da categoria.
Recomposição Salarial
Prevista para agosto em negociação anterior, o presidente Thiago Benfica disse que agora só será pago no final de setembro, pois segundo o gestor da Fundação, existe hoje uma ameaça concreta do projeto de lei a ser enviado para a Câmara não ser aprovado. Segundo Benfica, o índice de gasto de pessoal da Prefeitura/UnirG está extrapolado e o projeto de lei será enviado somente na segunda quinzena de agosto.
Revogação da portaria das 24 horas
Segundo o presidente, não será mais feito em hipótese nenhuma, pois a Reitoria não entregou o Relatório dos PITs conforme foi solicitado. Também disse que essa exigência permanece para que seja analisado caso a caso, que medidas drásticas serão tomadas contra as coordenações que não informarem a distribuição correta de cargas horárias e que a Fundação não permitirá de forma alguma subturmas de dois ou três alunos, que a forma de cumprimento das horas diversificadas e horas comuns sem comprovação rigorosa, serão objeto passível de afastamento de coordenadores, “por desrespeito às obrigações já cobradas pelo Tribunal de Contas e Ministério Público”.
Progressões
Sobre as progressões, o dirigente da Fundação afirmou que não será possível fazer um cronograma para pagamento enquanto não houver uma consolidação e projeções das despesas para 2020, “uma vez que hoje a UnirG já está com vários precatórios vultosos, e rescisões no fim do ano, que somados estão na ordem de 2,5 milhões de reais”, e que por esses motivos vai manter a decisão de demissão de todos os contratados, que tiverem mais de dois anos na função de professores e que “isso é inegociável”.
Com relação aos nomes indicados pela APUG para realizar o Levantamento Financeiro da UnirG, o presidente questionou a competência técnica dos indicados afirmando que era preciso evitar o “achômetro”, sendo preciso que fosse indicado pelo menos um Contador no grupo. Além disso, segundo ele, dois nomes do curso de Engenharia Civil foram indicados, sendo um deles contratado, e isso é algo “perigoso”, principalmente porque no final do ano haverá uma ampla ruptura nos contratos e que o nome indicado será um deles.
Para o presidente Benfica, o acesso ao trabalho da Comissão será autorizado somente quando for apresentado um plano de trabalho e os objetivos da Auditoria. O que a APUG/docentes querem saber: A rentabilidade dos cursos? A distribuição financeira dos professores? O número de professores por estágio? Perfil dos gastos? Pontos de estrangulamento?
Ainda segundo o presidente da Fundação UnirG, “é preciso ter muito cuidado com a questão dos dados financeiros da instituição, pois se eles forem divulgados sem parcimônia, isso pode prejudicar muito a UnirG e gerar disputas desnecessárias entre os cursos da Instituição”.
Para o presidente, outro aspecto central hoje é que “a Academia não faz planejamento de seus gastos e necessidades, não estabelece prioridades de curto, médio e longo prazos em seus gastos e isso prejudica muito o funcionamento da Universidade”.
Estacionamentos e Obras
Quanto à solicitação dos estacionamentos feita pela APUG, o gestor pronunciou que irá mandar fazer a pintura de solo, mas que não é possível garantir reserva de vaga para os professores, pois não há como fiscalizar, embora ele acate a proposta da APUG de usar um bolsão exclusivo para os docentes.
Sobre as passarelas Inter blocos, haverá apenas uma reforma, a cobertura não será possível enquanto não houver um estudo definitivo, para evitar passarelas que “enfeie” o projeto arquitetônico e que depois de feitas tenham que ser desfeitas.
Com relação à continuidade das obras, existe a possibilidade de contratação de empréstimos na ordem de R$ 15 milhões, junto ao Basa. Mas independente disso, até março do ano que vem as obras do campus I e II serão entregues.
Por último, o presidente relatou que a expansão dos campi da UnirG para outras cidades é a única alternativa concreta para mudar o perfil de arrecadação financeira a curto prazo, e que se a instituição perder as condições políticas dadas no momento poderá não ter as mesmas condições de competição com outras instituições educacionais, que já estão instaladas ou que estão pleiteando se instalar no Tocantins.
O presidente da APUG-Ssind, professor Paulo Henrique Costa Mattos, diz que, diante a um quadro muito negativo para a categoria docente é preciso reforçar a Assembleia Docente de sexta-feira (16/08), “para que juntos possamos tomar decisões que garantam a manutenção de direitos da categoria. Não haverá saída para essa situação caótica se não houver respostas duras do conjunto dos professores (as). Os problemas estão se avolumando e o passivo financeiro da sonegação de direitos trabalhistas está se tornando impagável. Então peço a todos os colegas para darem atenção a esta questão e nos ajudarem a fazer a pressão necessária, participando das decisões e das ações que serão debatidas na assembleia docente”, finalizou.
Gilberto Correia/APUG-SSIND