Cerca de mil trabalhadores, das mais diversas categorias, representantes de todas as centrais sindicais, e de mais de 30 federações, sindicatos e movimentos sociais estiveram presentes nesta terça-feira (31), no lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. A atividade foi coordenada pelo Senador Paulo Paim (PT/RS), presidente da Comissão de Direitos do Senado. Participaram ainda vários deputados e senadores.
Durante a manhã houve o ato de lançamento da Frente, que tem como o objetivo defender os direitos dos trabalhadores, combatendo propostas que limitem, reduzam ou acabem com a Previdência Social pública. No período da tarde, aconteceu o seminário “Desmistificando o déficit da Previdência no contexto da Seguridade Social”, com a presença de vários especialistas em seguridade social.
Diversos representantes de entidades sindicais fizeram falas no sentido da ressaltar a necessidade de unificar a luta para barrar as medidas que visam destruir a previdência social. Falando pela CSP-Conlutas, Gibran Jordão resgatou os ataques aplicados pelos governos anteriores aos direitos dos trabalhadores, em especial os direitos previdenciários, e destacou que só com a construção de uma grande greve geral será possível impedir a nova contrarreforma da previdência.
“O governo Dilma editou várias medidas provisórias que atacaram direitos e também anunciou no início do segundo mandato que a reforma da previdência era prioridade. Agora, o governo ilegítimo de Michel Temer, quer fazer uma nova contrarreforma da previdência, para atacar os direitos dos trabalhadores. Companheiros das centrais, federações, sindicatos aqui presentes, essa iniciativa é muito importante, mas mais importante é construirmos uma grande greve geral, pararmos esse país, com todas as centrais unificadas, para derrotar o ajuste fiscal, a reforma da previdência e esse governo ilegítimo”, conclamou.
Maria Lúcia Fatorelli encerrou as falas da manhã, em nome da Auditoria Cidadã da Dívida, destacando a importância da atividade e de se desmistificar o discurso do déficit da previdência. Fatorelli lembrou que nenhum governo até o momento encaminhou a auditoria da dívida pública, prevista na Constituição Federal de 1988. “Essa a dívida ilegítima e ilegal é a grande responsável pelos rombos nas contas públicas”, afirmou, convidando todas as entidades a ampliarem a participação na campanha pela auditoria da dívida pública.
Ao final da manhã, o senador Paulo Paim instalou oficialmente a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social. Em sua fala, Paim destacou a importância de se dar continuidade à luta e às atividades, com a realização de encontros regionais para debater a previdência social e também outras temáticas pertinentes à luta em defesa dos trabalhadores, como o trabalho escravo, a terceirização, o combate à violência contra a mulher e o fortalecimento da democracia.
O presidente do ANDES-SN, Paulo Rizzo, esteve presente na atividade e destacou que o lançamento desta Frente Parlamentar ocorre em um momento muito importante. “Embora a contrarreforma da previdência já estivesse anunciada pelo governo Dilma, agora o governo interino de Michel Temer apresenta medidas concretas, que já estão sendo tomadas, como por exemplo, o fechamento do ministério da Previdência e a transferência da Previdência para o Ministério da Fazenda”, disse.
Segundo Rizzo, essa medida que tem por objetivo tratar a Previdência como uma questão apenas de finanças públicas e não como direito social, permitindo ainda que o Executivo tenha maior controle para implementar as medidas de retirada de direitos, como a fixação de idade mínima para aposentar, o fim da diferença de idade de aposentadoria entre homens e mulheres. “Desta forma, não se enfrenta o problema concreto, que é o ralo das finanças públicas, que é a dívida pública”, afirmou.
O presidente do ANDES-SN avaliou o ato como muito positivo e expressivo, com a presença de todas as centrais sindicais, vários sindicatos, federações. Para ele, a realização de plenárias por todo o país, servirá para se criar espaços de aglutinação de forças para o enfrentamento necessário.
“Registrou-se a disposição de luta que todos têm no sentido de não permitir essa nova etapa da contrarreforma da previdência. O ANDES-SN esteve presente junto com a CSP-Conlutas. A Central fez um chamado à construção da greve geral, pois a perspectiva tem que ser de luta. Sem a mobilização do conjunto da classe trabalhadora, nós não vamos conseguir barrar a contrarreforma da previdência e os demais ataques. É necessário que as centrais se engajem nessa mobilização”, reforçou.
Fonte: ANDES-SN