No dia 10 de outubro, quinta-feira, os professores do Centro Universitário UnirG se reuniu com o Prefeito Laurez Moreira. A reunião foi idealizada a partir de um telefonema dado pelo próprio Prefeito, em virtude de Ofício encaminhado a ele pela APUG-SSind, repudiando suas declarações por ocasião do dia da greve dos professores. A Assembleia deliberou que se buscasse formas de responder às suas declarações. O presidente do Sindicato encaminhou então o Ofício, recebendo retorno imediato. Na conversa, o Prefeito manifestou a vontade de dialogar com os professores. O presidente da APUG-SSind declarou-lhe que aguardaria a informação de uma data propícia, onde questões sobre a sustentabilidade da UnirG e ações efetivas de novos investimentos pudessem ser discutidos. Para isso, ele daria encaminhamento a deliberação da Assembleia em promover este espaço de debate, uma vez que todos alegam precárias condições financeiras para honrar direitos legais dos professores.
Ocorre que, no dia 10 de outubro, o Prefeito veio, mas já com as possibilidades de diálogo comprometidas em vista do Projeto de Lei nº 036/2013 que alterava a Lei de Carreira dos Professores, sem ter desconfiado de que o Presidente Sávio o fizera, furtando-se aos professores. Traição da grossa!
Na reunião, o Presidente do Sindicato pontuou quatro pontos: 1) O Projeto de Lei nº 036/2013, com o pedido de sua nulidade; 2) A revisão salarial que necessita de Projeto de Lei ainda não encaminhado nem aprovado; 3) A Lei da Autonomia da UnirG que precisa ser restituída para haver eleições no ano que vem para Presidente da Fundação UnirG; 4) A Autonomia do Conselho Curador, com a devolução de seu caráter deliberativo.
O Prefeito só tratou de um desses pontos, justamente para dizer que quer ver investimentos na UnirG e que não se pode gastar mais do que a Lei de Responsabilidade Fiscal permite. Dos outros pontos, não tocou no assunto. A respeito do Projeto de Lei referido, nem mesmo instado publicamente ali pelo Presidente da APUG-SSind, declarou alguma coisa. Saiu da reunião, premido por outro compromisso. Decepcionou.
Minutos depois, Sávio Barbalho notificou os presentes de que o Projeto de Lei nº 036/2013 havia sido sancionado por ele, não havendo mais nada a fazer. Aí o gosto da traição ficou evidente, fazendo com que o Presidente da APUG-SSind rasgasse publicamente o documento, em sinal de protesto. Na verdade, teria sido melhor que essa reunião jamais tivesse acontecido. O sentimento de todos foi o de usurpação. O mesmo sentimento de usurpação que paira hoje sobre a administração de Sávio Barbalho que só está no cargo por luta dos companheiros traídos por ele. No dia 1º de novembro do ano passado, era Barbiero e não Barbalho que estava na cogitação do Prefeito para o cargo da Presidência da UnirG. Paulo Henrique, Ronaldo Victor, Jerônimo, Graciano, Gilberto Correia, Roveroni, Ricardo Almeida, José Carlos, Jean Carlo, todos estes estiveram na casa de Laurez para sensibilizá-lo a dar posse ao Sávio. Não passou um ano e o presente veio: amargo presente.
Durante o ano de 2013, assistimos à sonegação de direitos de Carreira, cortes de Licenças para Qualificação. Lutamos contra isso, inutilmente. Mas esta traição veio para instituir na UnirG o subtrabalho, a subcategorização do professor contratado. Merecemos? Foi preciso termos a sensação da democracia para as máscaras caírem.
Razão tem o educador Dermeval Saviani que já alertava, na última década do século passado: “Quanto mais se falou de democracia na escola, menos democrática ela foi”.
Ao ser instado sobre a Autonomia da UnirG, Laurez Moreira, que no recinto da APUG-SSind, foi pedir voto levando a tiracolo a proposta elaborada por Paulo Henrique (que inclusive declarou ali ser ele o mais adequado candidato). Na proposta, o Reitor acumularia a função de gestor financeiro da UnirG. E como o reitor já é eleito, estaria resolvida a situação da Autonomia. Mas o ano seguiu. De lá para cá, o Prefeito entende como Autonomia exclusivamente o fato de não fazer interferência na UnirG, coisa de sua vontade, verificada e atestada por muitos, inclusive por nós. Ele não entende a Autonomia como coisa que deve ser efetivada juridicamente, de modo que, amanhã, quando um prefeito averso à democracia assumir o comando do município, a UnirG possa existir ilesa.
Não entendendo isso, estamos literalmente sem Autonomia. E o fato mais comprobatório disso é o Projeto de Lei 036/2013, redigido por Sávio Barbalho, aprovado pelos vereadores, sancionado pelo Prefeito. Queremos declarar para todos, inclusive para os próprios, que a Gestão do ex-prefeito Abala não chegou a tanto! Naqueles dias, pelo menos era possível o protesto. Perdemos, é claro. Mas sobrava a dignidade do protesto. Agora, o que sobra? Gosto de traição.
E aí nos deparamos com esta notícia no site da UnirG. Reproduzimo-la aqui. Comparemos o estilo. Dá-se a impressão de que tudo terminou a gosto de concórdia… como se não houvesse planejamento de nada… como se tivéssemos uma Reitoria e Cursos que não apresentassem demandas… Detalhe: para esse encontro, a Diretoria da APUG-SSind não foi convidada… Certamente, porque a APUG-SSind não saiba o que é bom para a UnirG. Esse Sindicato que “só pensa nos interesses particulares de seus professores”…
Laurez Moreira reúne com servidores da UnirG
Publicado em 18 Outubro 2013
Hoje, 18, o prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, esteve reunido com representantes da Fundação e Centro Universitário UnirG para debater soluções em busca de atrair investimentos para a Instituição. A reunião ocorreu no auditório do Centro Administrativo da UnirG.
Entre os presentes estavam também o presidente da Fundação UnirG, Sávio Barbalho, o reitor do Centro Universitário, Alexandre Dias, o vice-presidente do Conselho Superior (Consup), Luiz Tadeu Azevedo, além de coordenadores de cursos e de estágios e gestores de departamentos.
Segundo Laurez Moreira, a intenção do encontro é para ele tomar ciência sobre as necessidades da Instituição. “Viemos saber sobre a demanda da UnirG e a realidade de cada curso, e assim solicitar dos gestores um orçamento para que possamos buscar verba, junto ao Governo Federal”, afirmou o prefeito.
Investir na infraestrutura para melhoria no ensino é o objetivo do prefeito. “Desejamos que cada curso envie seus orçamentos para que possamos aprimorar o ensino. Esperamos que a gestão da UnirG não gaste onde não deva, e que todos sejam fiscais do investimento do dinheiro público. Não podemos continuar como está, temos que terminar a construção do campus I”, acrescentou Laurez Moreira,
Em seus pedidos, o prefeito disse ainda que seja feito um levantamento em cada área dos cursos. “Sugiro que seja orçada as necessidades pensando em resolver de fato a situação da UnirG e não apenas os problemas imediatos. Para isso, é necessário um planejamento e assim obtermos uma universidade ideal”, disse.
Para Alexandre Dias, a reunião veio de encontro à proposta do que a reitoria tem realizado para a Instituição. “Já estamos providenciando a oferta de cursos de pós-graduação, cursos seqüenciais na área da saúde que trará recursos para a UnirG, além dos cursos deficitários que estão sendo revistos. A proposta do prefeito veio ratificar tudo que a reitoria pensa em relação aos investimentos para a UnirG”, afirmou o reitor.
O presidente da Fundação UnirG, Sávio Barbalho, disse que a proposta foi extremamente positiva. “Essa reunião porque traz esperança para nossa comunidade, em cima de propostas concretas. A visita do prefeito trouxe alento aos gestores, em colaborar com investimento de verba federal”, finalizou Barbalho.
O prazo estipulado pelo prefeito para a entrega do relatório com o orçamento é até o dia 30 de outubro.
José Carlos de Freitas
Presidente da APUG-SSind
Quando menos se espera a traição faz-se presente, tanto por parte do executivo quanto da presidência da Unirg e nós professores vimos, ouvimos e continuamos como os bois prestes a entrarem no matadouro. Desculpem pelas palavras, mas é isto que sinto.
Infelizmente o que se tenta fazer é subjugar os professores e responsabilizá-los pelo não planejamento da gestão.
Estou visivelmente atônita com tudo isso.
Lei sancionada, corte de verbas até o final do ano, reserva de vagas inútil pois somente para o curso de medicina isto fará sentido, e agora “investimentos externos”, mais dinheiro para ser mal administrado .