Um resgate histórico da entidade sindical que representa a categoria docente, seus representantes no decorrer dos anos, suas lutas, memórias e a resistência, neste texto escrito pelo professor Gilberto Correia.
Neste 15 de maio, celebramos com orgulho e profunda reverência os 37 anos de existência da Associação dos Professores Universitários de Gurupi – APUG, Seção Sindical do ANDES-SN. Fundada em 1988, a APUG não é apenas uma associação “balzaquiana”, mas um símbolo vigoroso da resistência, da unidade e do compromisso com os direitos e deveres da docência superior em Gurupi, acompanhando as transformações institucionais da antiga FAFICH, do Centro Universitário e da atual Universidade de Gurupi – UNIRG.
Desde a sua criação, a APUG se manteve firme nas trincheiras da luta sindical, alinhada ao projeto nacional classista do ANDES-SN, ao qual está filiada há quase 35 anos. Ao longo dessas quase quatro décadas, a APUG consolidou-se como referência entre as mais de 120 seções sindicais espalhadas pelo país, e quase 70 mil sindicalizados, contribuindo ativamente nos debates e deliberações do sindicato nacional, especialmente no Setor das Estaduais, Municipais e agora também Distrital. Muitos foram os rostos e vozes que marcaram a história da APUG. Professoras e professores que, com coragem e responsabilidade, ocuparam cargos nas diretorias locais e até nacionais, como Luiz Santos, Luiz Tadeu, Paula Zanella de Sá, Gomercindo Tadeu Silveira (in memorian), Marco Antônio Bezerra, Laudete Aires Pereira (in memorian), Plinio Teixeira, Plinio Sabino, Celma Milhomem, Paulo Henrique Costa Mattos, José Carlos de Freitas, Joel Pinho, o atual presidente, Antonio Jeronimo Netto e este que vos escreve, entre outros tantos não citados, mas não menos importantes no processo de criação, crescimento e fortalecimento da APUG. Vários sindicalizados destacaram-se também, participando na Regional Planalto do ANDES, ocupando funções estratégicas como vice-presidência, secretaria e tesouraria, compondo a diretoria nacional em algumas gestões pretéritas. Eu, embora seja professor aposentado da UnirG, continuo firme na luta, e assim como muitos, sou um dos que se entrelaçam com a própria trajetória da entidade.
Desde 2005, ano em que iniciei minha carreira docente, estive à frente de três mandatos presidenciais e participei de outras três gestões, em outros importantes cargos da diretoria. Atuei nos cursos de Comunicação Social (Jornalismo e Propaganda) e Engenharia, com a disciplina de Saúde e Segurança do Trabalho, sempre carregando a convicção inabalável do sindicalismo combativo, autônomo e responsável. E essa garra e disposição não se acabou e nem foi amortecida pela merecida aposentadoria. E assim, entendo que precisamos continuar lutando, em unidade, para garantir esse e outros direitos que a cada dia estão sendo suprimidos pelas gestões municipais. E por isso continuamos e vamos continuar na luta. A história da APUG é também a história das lutas locais e nacionais. Participação em greves históricas, como a de 2009, que paralisou completamente as atividades da instituição em Gurupi, envolvendo docentes discentes e técnicos administrativos, mobilizações nacionais em Brasília, reuniões do Setor em Palmas, Gurup e Porto Nacional.
E como marco emblemático da atuação da Apug nacionalmente, a promoção do XVII Encontro Nacional do Setor das IEES do ANDES-SN em 2019, na sede da seção sindical, em Gurupi. Ao lado disso, a constante presença em congressos nacionais, CONADs, semanas de mobilização, encontros da Regional Planalto e articulações em defesa da carreira docente e da universidade pública, gratuita e de qualidade. Não foram poucas as adversidades enfrentadas. Pressões de gestões fundacionais e municipais, tentativas de intervenção autoritária, perdas judiciais, confrontos com projetos que atacavam a autonomia universitária. Contudo, cada obstáculo serviu de alicerce para novas vitórias. Como a importante conquista judicial recente, que derrubou a tentativa de impor uma lista tríplice para reitoria, ferindo a autonomia universitária. A aprovação do Plano de Cargos e Salários (2008/2010), a resistência das contrarreformas administrativas e previdenciárias arbitrárias, o enfrentamento de imposições legais inconstitucionais, tudo isso forma o alicerce sólido de uma associação sindical que entende o sindicalismo como um compromisso coletivo e diário. Hoje, em meio às novas ameaças, como a reforma da previdência proposta pela gestão municipal e do instituto próprio de previdência de Gurupi – GurupiPrev, e as mudanças no plano de carreira, são provocações para que a APUG permaneça atenta, firme, vigilante e ativa, cumprindo sua missão de orientar, defender e fortalecer os docentes. O desafio é permanente, assim como a coragem de ousar lutar e ousar vencer.
Enfim, lutas e mais lutas, desde o dia 15 de maio de 1988 e que a cada dia consolida a APUG como referência e protagonista da luta sindical dos docentes do ensino superior em Gurupi Parabéns, APUG! Parabéns, docentes! São 37 anos de história viva, de protagonismo e de memória construída com suor, consciência e solidariedade. Que essa trajetória inspire as novas gerações a continuarem escrevendo, com dignidade e bravura, os próximos capítulos dessa entidade classista incansável, democrática e autônoma. Ousar lutar, ousar vencer. Sempre.
Gilberto Correia da Silva Professor aposentado da UnirG e ex-presidente da APUG