Na conjuntura internacional e na nacional, os ataques aos direitos sociais, em particular à Educação Pública, como o Future-se, foram centro do debate da primeira plenária temática do 39º Congresso do ANDES-SN, que aconteceu nesta quarta-feira (05/02) e já reúne mais de 650 pessoas.
Durante a tarde, foram apresentados e discutidos nove dos dez textos referentes ao tema “Conjuntura e Movimento Docente”. Nas diversas análises, esteve presente o chamado para a construção da unidade na luta como estratégia para enfrentar a ofensiva do capitalismo neoliberal, a ascensão da extrema-direita e os vários ataques que já estão em pauta, como a reforma administrativa, as Propostas de Emenda Constitucional do Pacto Federativo, do Fundo Público e a Emergencial, que prevê a redução de salários para servidores federais, do governo Bolsonaro e do congresso.
As intervenções, tanto dos autores dos textos quanto dos 66 participantes que se inscreveram para fala, ressaltaram as muitas lutas empreendidas em diversos países como Chile, França, Tunísia, Argélia, Equador, Venezuela, Honduras, Bolívia, entre outros. Foi destacada, ainda, a mobilização dos docentes e demais servidores públicos nos estados, em especial contra as reformas das Previdências estaduais, como na Bahia, Ceará, Piauí, Pará, Mato Grosso e Rio Grande do Norte. Destacou-se o papel importante do ANDES-SN na construção de lutas como o 15M e 30M, fruto da unidade de ação com as demais entidades da educação.
Debateu-se a necessidade de ampliar a mobilização na base docente e fortalecer a unidade da classe trabalhadora, na perspectiva de construção da greve do setor da educação, e também de uma greve geral, tendo como referência a data de 18 de março, já apontada como um dia de luta pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e outras entidades, visando derrotar as políticas neoliberais e a agenda reacionária do governo Bolsonaro e do congresso.
APUG Presente
O professor Paulo Henrique Mattos, ex-presidente da APUG e um dos representantes da Seção Sindical gurupiense no congresso, ressalta que apesar do atual contexto vivido pelos professores brasileiros, mais uma vez a APUG conseguiu estar presente em um Congresso do ANDES e fala das dificuldades da carreira docente. “Hoje, vivemos um processo planejado de corte de verbas da educação das universidades e escolas públicas, tentativa de destruição da carreira docente, política de proliferação de escolas militares, transformação da educação em mercadoria capitalista a serviço da voracidade burguesa pelo lucro, pelo aprofundamento das políticas neoliberais, a exemplo da Reforma da Previdência, da redução dos direitos trabalhistas, ampliação do saque dos recursos naturais e transformação do país em uma neocolônia globalizada, cada vez mais dependente e submissa ao imperialismo norte-americano. Tudo isso feito com a forte precarização e uberização do trabalho, implantação de um governo de extrema direita, autoritário, com forte penetração midiática e com intenso uso de fake news destinado prioritariamente a uma base protofascista e evangélica pentecostal”, ressalta Paulo.
Com informações da ASCOM/ANDES-SN