Com a participação de professores de 15 seções sindicais do Setor das Universidades Estaduais e Municipais do ANDES, aconteceu em Gurupi-Tocantins, no auditório da seção sindical APUG e também no auditório do Campus I da Universidade UnirG, no período de 20 a 22 de setembro, o XVIIº Encontro Nacional, trazendo debates e propostas para a defesa das universidades públicas, dos direitos e das liberdades democráticas, usando a resistência como proposta de enfrentamento a todos os ataques.
Na abertura do evento, muita música com apresentações da Orquestra Juvenil de Cordas da Casa de Cultura da UnirG, que promove atividade social, atendendo a comunidade local há mais de 10 anos, sem nenhum custo à população e do cantor e do cantor, compositor, historiador e professor Everton dos Andes e sua trupe. Pesquisador de temas regionais ligado aos ritmos típicos do Tocantins, como a Sússia e o Tambor, dois ritmos presentes nas folias, aonde os foliões são verdadeiros guardiões dessa tradição de matriz africana, os professores presentes e convidados foram brindados com músicas, danças e ritmos desconhecidos da maioria dos participantes.
A mesa de abertura foi composta pelo presidente do Andes, Antônio Gonçalves, do presidente da APUG, Paulo Henrique; pela Reitora da Universidade UnirG, Sara Falcão, da presidente da SESDUFT – Andes, Neila Nunes, do 1° Vice- Presidente da Regional Planalto do Andes, Maurício Silva, além dos representantes do SINTET (Gabriela Cardoso), ASAUnirG (Gladiston Carvalho) e DCE da Universidade UnirG (Walef Félix).
O presidente do Andes, Antônio Rodrigues, pontuou na sua fala inicial a importância do encontro na atual conjuntura e reforçando a necessidade da resistência aos ataques sofridos pela educação brasileira, bem como a todos os trabalhadores brasileiros.
Já o anfitrião, professor Paulo Henrique, presidente da APUG, reforçou a importância da atividade e da responsabilidade em receber, em nome da seção sindical, o evento em nível nacional que acontece pela primeira vez no Tocantins. ”Paulo citou ainda as conquistas mais recentes do sindicato e enfatizou que, pela primeira vez, um encontro do ANDES é realizado em uma Universidade Municipal, aumentando a responsabilidade da APUG enquanto coordenação local, de forma que todos os professores e convidados pudessem ser bem recebidos e acolhidos em nossa cidade”, destacou.
Na primeira mesa de trabalho, que tratou da análise da conjuntura, estavam Antônio Gonçalves (presidente do ANDES-SN), André Uzêda (fórum das AD das UEBA), Rosângela Assunção (ADCESP) e Rivânia Moura (ADUERN), quando foi feita uma completa análise sobre os impactos dos atuais governos Federal, Estadual e Municipal nas Universidades, com análise macro e micro de cada um dos locais de trabalho dos palestrantes.
O presidente do ANDES, Antônio Cardoso, falou da importância do Encontro para as seções sindicais e da necessidade de resistência aos ataques sofridos na educação. “Com todas as nossas limitações, não podemos diluir a nossa luta em uma pauta meramente pontual. Temos que ter a compreensão do conjunto, entender que os inimigos da nossa classe têm um projeto de transformar, cada vez mais, a educação em uma mercadoria nos seus mais diferentes espaços”, concluiu.
Rosângela Assunção (professora de história da UESPI e Coordenadora Geral da Seção Sindical Dos Docentes da UESPI/ADCESP), contou sobre as lutas na Universidade Estadual do Piauí, e que passou quatro anos estudando sobre greves. Segundo ela, “as greves continuam sendo um importante instrumento de defesa aos direitos dos professores”.
O último momento do dia foi o Painel das Seções Sindicais, que foi apresentado por região, quando foram elencados e destacados que os problemas enfrentados são semelhantes, mesmo variando de local. O presidente da APUG, Paulo Henrique Mattos, falou da dificuldade da seção sindical em mobilizar os docentes à luta em defesa dos seus direitos, destacando que não difere em nada dos problemas enfrentados nos outros setores da Universidade Brasileira.
Para Gilberto Correia, 1º Secretário da Regional Planalto do Andes, o encontro vem ao encontro dos anseios e angústias da classe trabalhadora docente. “Para a coordenação do Setor das IEES/IMES a conjuntura atual não permite outra coisa que não seja a resistência da nossa classe, cada dia mais encurralada pelos governos que retiram deliberadamente os direitos conquistados, e cortam investimentos para as universidades”, lamentou.
Segundo dia
O Coletivo Um Corpo, Uma Voz, formado por acadêmicas do IFTO Gurupi, abriu o segundo dia de Encontro (21/09), destacando no espetáculo os temas relacionados à mulher, feminismo, feminicídio, empoderamento e violência doméstica, envolvendo música, dança e teatro, em um espetáculo que cativou os professores pela forma lúdica, pedagógica e cultural de mostrar o drama vivido pela mulher brasileira.
Os professores se reuniram no Campus I da Universidade de Gurupi (UnirG). “A Universidade como espaço da diversidade e defesa das liberdades democráticas” foi o tema debatido por Jacqueline Lima (ANDES-SN), Rosineide Freitas (ASDUERJ) e Raquel Dias (ANDES-SN), que compuseram a mesa 2 do Encontro.
Raquel Dias falou sobre a Escola Sem Partido como um ataque à autonomia do trabalho docente e dos ataques à educação pelo governo Bolsonaro. Jacqueline Lima abordou o aumento das violências contra a população negra, mulheres, LGBTT, ataque aos direitos humanos e incentivou as seções sindicais a lutar junto às minorias. Rosineide Freitas (ASDUERJ) tratou do racismo institucional nas universidades e de ações afirmativas.
O tema da mesa 3 foi “A Lei da Responsabilidade Fiscal e a imposição das políticas regressivas nas IEES/IMES: caminhos para resistir e reagir”. Os debatedores foram Adilar Daltoé (APUG-SSIND), Rodrigo Ávila (ACD) e Emerson Duarte (ANDES-SN). Rodrigo, da Auditoria Cidadã da Dívida, explicou por meio de diversos dados (como o Orçamento Federal de 2018), os porquês do discurso neoliberal atual se tratar de uma farsa, quando diz que os cortes feitos na educação precisam ocorrer para que o Estado não quebre.
Após os debates, foram organizados quatro grupos de discussão para deliberar as próximas ações do Andes, do Setor IEES/IMES e das seções sindicais, frente aos diversos assuntos que no momento exigem a atenção dos docentes sindicalistas e de toda a categoria.
Terceiro dia
Na conclusão do Encontro, dia 22, foi o momento da Plenária Final, onde as resoluções dos quatro grupos de discussão foram expostas e reestruturadas quando necessário, pelos próprios participantes.
A diretora do ANDES, Raquel Dias, fez os agradecimentos finais, declarando o quanto é importante o esforço de todas as seções sindicais por comparecerem no evento e ressaltou que isso não é em vão. “Em nome da coordenação do setor das IEES/IMES, queremos destacar a importância desse evento numa municipal. E não é uma municipal qualquer, é na UnirG, sendo sediada pela nossa seção sindical, a APUG. O objetivo de fazer o evento em uma municipal é fortalecer o nosso trabalho nelas, especialmente nesta, que tem sido uma das seções mais presentes nas atividades do ANDES”, finalizou.
ASCOM/APUG-SSIND