A APUG questionou a Reitoria a respeito de seu posicionamento em relação à Portaria nº 446/2019, que determinava o aumento da carga horária comum dos professores da Instituição. Aos docentes com 20 horas semanais, seriam acrescidas 12 horas. Aos de 40 horas semanais, 24 horas.

Em entrevista, Sara Falcão (reitora) disse que a Reitoria é contrária à portaria, porque trabalha em favor do ensino, pesquisa e extensão. Apesar disso, falou da necessidade de reduzir o índice de gastos em porcentagem com o Pessoal, por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que a Instituição não cumpre atualmente. Caso esse índice não diminua, pode ocorrer demissão dos últimos concursados administrativos de 2016, que somam cinquenta profissionais.

Na tentativa de não aumentar a carga horária dos professores enquanto enquadramento, e também de manter o quadro administrativo na Instituição (já que sem o mesmo, o funcionamento da UnirG é comprometido) a estratégia encontrada, segundo a Reitoria, foi a bolsa-preceptoria. Aprovou-se um projeto de lei, onde todos os estágios fora da Instituição devem ser por bolsa-preceptoria.

“Viemos trabalhando junto à Fundação, pedindo aos coordenadores que mantenham a carga horária dos concursados que dão estágio como estava. Já os contratados que dão estágio, todos eles precisam virar bolsa-preceptoria. Fazendo isso, os contratos que dão estágio passam a ser preceptores, têm sua renda e não entram na LRF”, disse a reitora.

Segundo Sara, foi solicitado que todas as coordenações cumpram o projeto de bolsa-preceptoria para contratados. Já para concursados, no momento, não. E concluiu: “Nosso objetivo agora é mostrar à Fundação, pelo que já vínhamos analisando, que o impacto na diminuição do índice é muito maior por meio das bolsas-preceptoria do que pelo aumento da carga-horária, se todas as coordenações aderirem”.

Sobre o assunto,  Paulo Henrique, presidente da APUG, se manifestou: “A APUG vê na extensão da carga horária mais uma dificuldade para a consolidação da Universidade. Não se constrói uma universidade de excelência sem condições para o desenvolvimento do tripé ensino, pesquisa e extensão. Porém, na UnirG ainda há dicotomia entre gestão administrativa e gestão acadêmica e além disso, os gestores da Fundação UnirG acreditam que o professor deve ficar, se possível, 40 horas em sala de aula. Se isso fizesse Universidade de qualidade, a UnirG seria uma das melhores do país, pois a grande maioria de nossos docentes tem 4 ou 5 disciplinas diferentes e ainda precisam assumir orientações de TCC, Comissões, NDEs, Conselhos de Curso, participação de Bancas e outras atividades. Se há exorbitância da Lei de Responsabilidade Fiscal, não foi por culpa dos docentes da UnirG, mas dos gestores indicados pelo prefeito. Os mesmos que não cumprem as obrigações trabalhistas dos professores e têm feito da LRF a Tabula Rasa para esconder todas as condutas de má gestão, falta de planejamento estratégico, gastos sem precisão, excesso em contratos de pessoal. Olha-se muito para a Academia e muito pouco para a Fundação e sua estrutura perdulária e ineficiente. Não é possível construir uma Universidade de qualidade social sem respeito à sua autonomia universitária, sem respeito aos seus conselhos de curso, ao CONSUP, ao Conselho Curador e acima de tudo, sem democracia interna. Gestão é escolha, eficiência administrativa e obrigação pedagógica” disse ele.

ASCOM APUG-SSIND