O dia 25 de novembro marca o Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher para denunciar a violência contra as mulheres no mundo todo e exigir políticas em todos os países para sua erradicação.
A data surgiu em decorrência do Dia Latino-americano de Não Violência Contra a Mulher, que foi criado durante o Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, Colômbia, comemorado em 25 de novembro, em homenagem às irmãs Pátria, Maria Tereza e Minerva Maribal, que foram violentamente torturadas e assassinadas nesta mesma data, em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo. As irmãs eram conhecidas por “Las Mariposas” e lutavam por soluções para os diversos problemas sociais de seu país.
O Brasil é o 5º país que mais mata mulheres no mundo, perdendo somente para El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia, matando 13 mulheres por dia, vítimas de homicídio, de acordo com dados do Mapa da Violência elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso) de 2015.
Os dados também mostram que, de 2007 a 2013, as taxas passaram de 3,9 homicídios para cada 100 mil mulheres, para 4,8 por 100 mil. Ou seja, um aumento de 23,1%. Houve uma queda nos homicídios de mulheres no ano de 2007, logo após a promulgação da Lei Maria da Penha, mas já a partir do ano seguinte os números continuaram num crescente. E, pelas estimativas, o ano de 2014 confirma a tendência ao crescimento, pois foram 4.918 mulheres assassinadas, 156 a mais do que em 2013. Outro ponto a ser ressaltado é que o Brasil conta com apenas 77 casas abrigo, 226 centros de referência e 497 delegacias especializadas.
Caroline de Araújo Lima, 1° vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN e uma das coordenadoras do Grupo de Trabalho de Política de Classe para Questões Etnicorraciais, Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) do Sindicato Nacional, explica que a data é muito importante para o movimento feminista e para o ANDES-SN. “Novembro é um mês importante para refletirmos não só sobre as questões de racismo com o Dia da Consciência Negra, como também de violência contra a mulher. Para o ANDES-SN, essa pauta é fundamental, porque a defesa das mulheres é a defesa de grande parte da categoria”, afirma.
“Nesse mês estamos vendo o crescimento da mobilização das mulheres contra o substitutivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 181, que busca proibir o direito ao aborto inclusive em casos de estupro. Essa é mais uma luta contra a violência à mulher, uma violência institucional”, completa a docente. Caroline ainda cita a importância da mobilização contra a violência à mulher dentro do âmbito sindical, ressaltando a Comissão de Assédio do ANDES-SN como resultado dessa luta.
Fonte: ANDES-SN