Nos dias 21 à 24 de agosto ocorreu em Aracajú (SE) o 59º Conselho do Andes-SN (CONAD). Neste ano, o tema do CONAD foi: “LUTA EM DEFESA DA EDUCAÇÃO: AUTONOMIA DA UNIVERSIDADE E 10% DO PIB EXCLUSIVAMENTE PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA”.
Esse evento ocorre uma vez ao ano, sendo responsável por atualizar o Plano de Lutas Geral dos setores (Universidades Federais, Estaduais e Municipais), discutir a conjuntura, a organização dos docentes do Ensino Superior no Brasil e dar posse a nova diretoria do Sindicato Nacional.
Representando os professores da UNIRG participaram do 59º CONAD os professores Gilberto Correia, Joel Moisés Pinho, Joaquim Penoni e o professor Paulo Henrique Mattos, que também tomou posse como 2º Tesoureiro do Andes, Regional Planalto.
O 59º CONAD ao dar posse a nova diretoria, que tem como presidente o professor Paulo Rizzo (Seção Sindical da UFSC), a professora Marinalva Oliveira 1ª Vice-Presidente (Seção Sindical da Sidufap), a professora Claudia March (Aduff-SSind) como Secretária Geral e ao professor Amauri Fragoso (Adufcg) como 1º Tesoureiro, fez um amplo diagnóstico do Ensino Superior no Brasil, mostrando a precarização, o adoecimento docente, o crescimento do ensino a distância, os problemas na carreira universitária, a mercantilização e privatização como as tendências mais fortes para os próximos anos.
Além dos fortes ataques à Educação Pública brasileira, outro problema em comum dos três setores (federal, estaduais e municipais) identificados pelos participantes do 59º CONAD foi a crescente crise econômica que se aprofunda no Brasil, levando o país a recessão, ao crescimento da inflação, do desemprego, uma tendência à criminalização dos movimentos sociais e dificuldades da implementação das lutas sindicais pelos direitos trabalhistas nos próximos anos.
Na analise dos delegados e observadores do 59º CONAD toda a conjuntura política, econômica e social dos próximos anos fará com que a luta por melhores condições de trabalho, salários e carreira docente passem por grandes dificuldades e ameace inúmeras conquistas dos docentes universitários do Brasil, a exemplo das bolsas para mestrados e doutorados, dos planos de carreira, da dedicação exclusiva, concursos públicos etc
Tudo isso aponta a necessidade da ampliação da organização sindical, da conquista de reitorias mais permeáveis às propostas concretas dos docentes e trabalhadores da educação, bem como de reações que impeçam os ataques à educação e as brutais violências contra as Instituições e as suas comunidades universitárias.
O caminho para impedir a crescente precarização do trabalho docente nas universidades brasileiras e a crescente retirada de direitos dos trabalhadores ainda é o da mobilização permanente, da participação, da ação coletiva, da maior compreensão dos verdadeiros fatores políticos e econômicos que levam os gestores públicos do país a implementarem diretrizes tão danosas ao ensino superior no Brasil.
Somente com o fortalecimento de um Sindicato classista, independente, capaz de travar as lutas em defesa de uma Educação Pública, de qualidade social, politizada e libertadora poderemos impedir a total mercantilização do ensino superior no Brasil, o avanço do fundamentalismo de mercado e a transformação de educação como mera fonte de lucratividade.
Opinião de Paulo Henrique Costa Mattos, vice-presidente da Apug-Ssind e 2º Secretário da Regional Planalto, ANDES-SN