Desde as primeiras horas da manhã deste sábado, 19 de junho, já era possível observar inúmeros registros de pessoas demonstrando indignação com a atual conjuntura do Brasil. Os clamores estavam explícitos em cartazes, camisetas, faixas, bandeiras, nas redes sociais, mas, sobretudo, nas expressões e vozes de milhares de pessoas, que encheram o peito e as ruas de mais de 400 cidades em todo o país pelo Fora Bolsonaro e Mourão, exigir celeridade na vacinação, auxílio emergencial de R$ 600 até o controle efetivo da pandemia, mais investimentos em Educação e Saúde, além da defesa dos povos indígenas, da Amazônia e a não aprovação da PEC 32.
As manifestações aconteceram exatos 21 dias após a mobilização social anterior, realizada em 29 de maio, e coincidiram com a data em que o Brasil alcançou a triste marca de 500 mil vidas perdidas para a Covid-19, uma doença que há um ano e meio sequer existia. As vítimas foram lembradas e homenageadas durante os atos, que mobilizaram representantes das seções sindicais do ANDES-SN no Distrito Federal e em cidades de pequeno, médio e grande porte espalhadas pelas cinco regiões do país e em outros lugares do mundo.
Ciente do cenário atual da pandemia no país, o Sindicato Nacional, assim como outros movimentos sociais, centrais sindicais, entidades estudantis e demais grupos envolvidos nas mobilizações deste sábado, foram às ruas com responsabilidade e promoveram em suas convocações um trabalho de conscientização acerca da importância do uso de máscara (preferencialmente do tipo PFF2/N95), da manutenção do distanciamento social e da higienização das mãos com álcool gel para evitar a proliferação do vírus. “Não somos negacionistas. Estamos nas ruas em defesa da vida e porque o maior ataque ao nosso país está na presidência da República, permitindo a morte de mais de 500 mil brasileiros e não temos mais condições de conviver com essa situação”, salientou a presidenta do ANDES-SN, Rivânia Moura, em discurso realizado em frente ao Museu Nacional, local que serviu como ponto de concentração para a manifestação realizada na Esplanada do Ministérios, em Brasília.
Ao caminhar pela Esplanada lotada de pessoas com o mesmo interesse, Rivânia pôde sentir o termômetro do que acontecia em outras regiões do país. Ela lembrou que o dia 29 de maio teve uma grande importância para expressar o sentimento de boa parte da população, mas reiterou que os acontecimentos de hoje seriam ainda mais expressivos e significativos. “Hoje é um grande dia. Em todos os cantos do Brasil, é dia de gritar ‘Fora, Genocida’, o que é uma ação necessária, porque temos 500 mil mortes por covid-19 no Brasil e muitas dessas vidas poderiam ter sido salvas caso o governo tivesse combatido a pandemia, comprado vacina e equipado o nosso sistema de saúde para atender à população”, argumentou, em discurso realizada em um carro de som na frente do Congresso Nacional.
Na ocasião, Rivânia também lembrou os constantes ataques cometidos pelo governo federal à Educação e criticou duramente a política de extermínio que vem sendo desempenhada por Bolsonaro e seus aliados. “Eles não querem que os filhos dos pobres estudem. Não querem que o filho da empregada doméstica, do porteiro, do pequeno agricultor sente na cadeira de uma universidade e possam ter um futuro melhor. Esse governo tem atacado a Educação e isso representa um ataque à vida atacar a vida, ao futuro de milhares de pessoas”, observou a presidenta do Sindicato Nacional.
Além de Brasília, atos contra o governo de Jair Bolsonaro também foram registrados em capitais, como Aracaju, Belém, Cuiabá, Maceió, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e até em países europeus como Espanha, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Suíça e Irlanda. Docentes também estiveram nas ruas de Ilhéus (BA), Diamantina (MG), Jataí (GO), Santa Maria (RS), Pelotas (RS) e Rio Grande (RS), entre outras tantas cidades do país e fora do Brasil.
Mobilização também ocorreu de forma virtual
Durante o dia, as redes sociais também serviram como uma espécie de palco para a sociedade demonstrar sua indignação com o governo federal. No Twitter, por exemplo, as hashtags #19J #19JForaBolsonaro e #19JPovoNasRuas figuraram entre os assuntos mais comentados da rede por horas. No Instagram não foi diferente. Milhares compartilharam fotos e vídeos, realizaram transmissões em tempo real, ajudando na propagação dos objetivos das manifestações.
O ANDES-SN acompanhou essa tendência e promoveu, por meio de seu canal no YouTube, a transmissão dos atos em defesa da vida por todo o Brasil com a análises políticas feitas por docentes de todo o país, como a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Virgínia Fontes. Ela frisou que a luta desempenhada nas manifestações desse 19J não é somente por uma Educação de qualidade, mas sim em defesa da grande maioria da população brasileira, que depende da Educação Pública, da Saúde Pública. “A nossa luta é pela defesa da igualdade social. A igualdade só se constrói quando aqueles que são oprimidos, explorados e atacados diariamente podem levantar suas vozes e exigirem melhores condições de vida. É o que assistimos no Brasil em 29 de maio e o que estamos vendo neste 29 de junho também. A nossa luta é contra Bolsonaro, Mourão, Guedes e toda a corja obscurantista e fascista”, comentou Virgínia.
A docente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Sofia Manzano, compartilha da mesma opinião. Durante a transmissão, ela ressaltou o papel que as manifestações deste sábado têm e pediu que luta contra o projeto facínora imposto pelo governo federal seja ainda mais intensificada. “Precisamos empolgar cada vez a nossa base para defender não apenas os nossos interesses como docentes, mas o a universidade pública. Não podemos ficar pedindo só fora Bolsonaro e fora ala ideológica. Temos que exigir fora Bolsonaro, fora Mourão, fora Guedes e fora todo e qualquer entulho obscurantista, selvagem, que tem levado as universidades ao seus estertores”, conclui Sofia.
ANDES-SN nas ruas
Dirigentes do ANDES Sindicato Nacional ocuparam as ruas de todo o Brasil neste sábado. O Sindicato reitera que estará nas ruas em cada nova convocação pelo Fora Bolsonaro pois acredita que somente com a mobilização nas ruas o governo Bolsonaro poderá ser derrotado.
Fonte: Ascom/ANDES-SN