Estimativa é que 40 milhões de trabalhadores tenham cruzado os braços nessa sexta (28) contra as reformas da Previdência e Trabalhista. Manifestações foram reprimidas com violência em alguns estadosimp-ult-2120254231

O Brasil amanheceu parado nessa sexta-feira (28). Por todo o país, piquetes e barricadas trancaram rodovias, acessos à entrada das cidades, de fábricas, montadoras, siderúrgicas, metalúrgicas, prédios de serviço público, bancos, universidades, escolas, garagem de ônibus, empresas, comércios, portos, aeroportos, paralisando diversos ramos econômicos. Metrôs, ônibus e trens de uma série de cidades não circularam por 24h.

Docentes de diversas instituições federais, estaduais e municipais de ensino superior se uniram a servidores públicos de diversas áreas, inclusive do Judiciário, aos bancários, metalúrgicos, comerciários, eletricitários, químicos, petroleiros, portuários, jornalistas, radialistas, trabalhadores da saúde, de saneamento básico e dos Correios, entre tantas categorias, ao que está sendo considerada a maior greve geral país.

Dezenas de universidades amanheceram com as portas trancadas. Várias seções sindicais realizaram manifestações em frente aos campi, com panfletagens e aulas públicas, também integraram outros atos como trancamento de rodovias, garagens de ônibus e comércios. Além disso, os docentes ainda participaram das grandes manifestações unificadas, em todos os estados do Brasil.

A estimativa das centrais sindicais é de que cerca de 40 milhões de trabalhadores aderiram à greve geral e cruzaram os braços. Alguns veículos de imprensa divulgaram que a greve teve impacto aproximado de R$ 5 bilhões na economia brasileira.

A paralisação foi convocada pelas Centrais Sindicais, de forma unificada, como protesto para barrar as contrarreformas da Previdência e Trabalhista e contra a Lei de Terceirizações aprovada recentemente. Os ataques promovidos pelo governo federal, com apoio de representantes do legislativo, sem diálogo com a população /brasileira, destroem direitos sociais e trabalhistas históricos.

Confira abaixo alguns dos locais onde ocorreram atos. Veja também mapa interativo feito pela CSP Conlutas com as manifestações pelo país.

São Paulo
Durante todo o dia, tanto na capital quanto nas cidades do interior paulista, trabalhadores realizaram piquetes e trancamentos de vias. As principais rodovias do estado, como a Via Dutra e Airton Senna foram paradas, limitando o acesso aos polos industriais da região metropolitana. Milhares foram às ruas em diversas cidades. Na capital paulista, a tarde trabalhadores de diversas categoriais se concentraram no vão do Masp, na avenida Paulista. No início da noite foi realizada uma grande manifestação, que reuniu cerca de 70 mil pessoas, no Largo da Batata, segundo as entidades organizadoras. O ato marchou sentido a casa de Michel Temer. A polícia militar fez uso de bombas de gás, spray de pimenta e jatos d’água para expulsar as pessoas do local.

Rio de Janeiro
Em adesão à greve geral convocada para esta sexta-feira, aeroviários paralisam atividades nos aeroportos Santos Dumont e Galeão, no Rio de Janeiro. No Galeão, a maior parte dos cancelamentos de voos foram de companhias aéreas internacionais.

A greve geral teve impacto em várias regiões do Rio. A ponte Rio Niterói foi bloqueada por manifestantes. Houve também bloqueios na Av. Brasil, Radial Oeste, Linha Vermelha, Rodovia Niterói-Manilha e nos acessos às barcas e ao terminal rodoviário Nova Alvorada, um dos maiores da cidade. Esses são importantes pontos de circulação da cidade e região metropolitana, por onde passam milhares de trabalhadores todos os dias. Saiba mais sobre o dia de Greve Geral no Rio de Janeiro.

No final da tarde, dezenas de milhares protestaram no centro da capital fluminense e enfrentaram brutal repressão da polícia militar. A ação violenta da PM dispersou manifestantes, instalou clima de terror no centro do Rio, mas não conseguiu impedir gritos de “Fora Temer” e de resistência no maior ato contra as reformas já realizado no Rio de Janeiro.

Na Assembleia legislativa do estado (Alerj), milhares de pessoas se concentraram para sair em passeata até a Candelária e, depois, caminhar até a Cinelândia, onde aconteceria o ato unificado das centrais sindicais.

Os trabalhadores e estudantes que estavam na Alerj mal começaram a se deslocar, rumo à Candelária, quando as primeiras bombas foram lançadas pela PM nas costas dos manifestantes, já que o ataque abordou a manifestação por tás. Mais à frente, quando a multidão já entrava na av. Rio Branco, a Tropa de Choque outra vez investiu de forma generalizada contra os manifestantes. Houve correria. Muita gente passou mal ao inalar o gás lacrimogêneo.

Por fim, quando o ato unificado acontecia na Cinelândia, reunindo dezenas de milhares de pessoas, a PM outra vez avançou contra os manifestantes – apesar do apelo dos organizadores da atividade que, do palco montado na Cinelândia, apelavam pelo fim da violência. Bombas também foram lançadas contra os carros de som e contra o palco forçando a dispersão.

Paraná
Mais de 90 categorias de trabalhadores do Paraná aderiram à paralisação contra as reformas trabalhista e previdenciária nessa sexta-feira (28). Cerca de 200 mil pessoas participaram de mobilizações e pelo menos 400mil aderiram à greve em todo o estado, de acordo com estimativas das centrais sindicais.

Em Curitiba, terminais de transporte público, ruas e praças estavam completamente vazias no início da manhã, devido à adesão dos trabalhadores do transporte coletivo à greve geral. Apenas carros transitavam pela cidade. Enquanto isso, em pontos diversos da capital, movimentos sociais e entidades sindicais promoviam atos e protestos localizados. Segundo a organização, 30 mil pessoas participaram da marcha que partiu do Centro Cívico, passou pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e seguiu até a Praça Tiradentes, onde houve o encerramento, perto das 14h. Protestos também ocorreram em várias cidades do interior do estado.

Pernambuco
Nas garagens de ônibus, braços cruzados ou mãos em punho e cartazes com anúncio da Greve Geral. Em vias importantes do estado e da cidade do Recife, bloqueios feitos por militantes de movimentos populares. Foi assim que esta sexta-feira (28) começou em Pernambuco.

Trabalhadores (as) das empresas de ônibus e integrantes de movimentos populares e sindicatos, se reuniram na frente das garagens de ônibus do Recife já na madrugada, com o objetivo de garantir que nenhum ônibus circulasse na capital pernambucana. Os principais terminais integrados de passageiros estavam vazios. A cidade de Petrolina, assim como diversas outras no estado, também foi palco de manifestação.

Rio Grande do Sul
O centro de Porto Alegre (RS) amanheceu vazio devido a grande adesão à greve geral de diversas categorias, como bancos, escolas e universidades, comércios e justiça do trabalho. Além disso, em todo o estado, foram bloqueadas diversas estradas.

Na madrugada desta sexta-feira, a BR 290 nos sentidos interior-capital, próximo a Ponte do Guaíba em Porto Alegre , e capital-interior, em Eldorado do Sul foram trancadas por integrantes do MST, Movimento das Trabalhadoras e Trabalhadores Desempregados (MTD), e centrais sindicais. As rodovias foram liberadas após ação truculenta do Batalhão do Choque da Brigada Militar, que lançou bombas de gás lacrimogênio contra os manifestantes.

Ainda em Porto Alegre, foram realizadas mobilizações em diversos pontos da cidade, entre elas, as empresas de ônibus, a rodoviária, a prefeitura, os terminais de ônibus e o Centro Administrativo do Estado. Manifestante também realizaram protestos e piquetes em cidades do interior como em Uruguaiana e Jaguarão, com o fechamento da fronteira, Pelotas e Santa Maria.

Pará
Diversas cidades do estado do Pará aderiram à greve geral desta sexta-feira (28). Em Belém (PA), as ações começaram ainda de madrugada. Cerca de 50 mil pessoas participaram da marcha convocada por vários movimentos e sindicatos. Vários pontos estratégicos da capital paraense foram fechados, como o trecho da Alça Viária, a BR 316, e as avenidas Almirante Barroso (próximo ao bairro de São Braz), Augusto Montenegro e Presidente Vargas.

Minas Gerais
De acordo com as entidades sindicais, milhares de pessoas participaram do ato em Belo Horizonte. A mobilização contou com presença de entidades sindicais, movimentos sociais, como trabalhadores sem-terra, estudantes e também indígenas da etnia Xakriabá.

Em várias cidades também ocorram atos e trancamentos de via. Em Uberlândia, a chuva não atrapalhou os protestos e cerca de 15 mil pessoas foram às ruas em marcha. Em Juiz de Fora, a Greve Geral reuniu na Zona da Mata mineira, cerca de 30 mil manifestantes. Também houve fechamento da BR 116, em Itaobim. Em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de BH, manifestantes bloquearam a rodovia BR 040. Em Ouro Preto, a população foi às ruas em protesto e às 12h os sinos de todas as igrejas da cidade histórica badalaram juntos contra as reformas da Previdência e Trabalhista.

Alagoas
Em Maceió, o ato saiu da Praça Centenário, no bairro Farol, e seguiu até a Praça dos Martírios, no Centro da cidade, onde fica o Palácio do Governo. A organização da manifestação contabilizou mais de 30 mil pessoas no percurso. Os manifestantes, independentes e reunidos em mais de 100 entidades sindicais, organizações políticas e movimentos sociais de luta pela terra e teto, tomaram conta da praça central da capital alagoana.

Espírito Santo
As duas principais vias de acesso à capital capixaba foram fechadas no início da manhã, impedindo a entrada na cidade. Durante o dia, diversas categorias realizaram protestos localizados e depois se uniram em manifestação pela

Bahia
Em Salvador, os trabalhadores também trancaram várias rodovias e realizaram manifestação pelas ruas da capital. Em cidades como Vitória da Conquista, Feira de Santana e Ilhéus houve piquetes e atos públicos.

Distrito Federal
Em várias cidades do entorno de Brasília como Ceilândia, Taguatinga e Estrutural, foram realizados piquetes e atos de rua. Na capital federal, houve trancamento das principais rodovias de acesso como as BR 020 e 040. Ônibus, metrôs não funcionaram e as ruas centrais estavam vazias. Diversas categorias realizaram protesto na Esplanada dos Ministérios, que foi cercada para limitar a área de manifestação.

Tocantins
A seção sindical Apug-Ssind promoveu manifestações no Campus II pela manhã e no campus I do Centro Universitário Unirg, promovendo um Velório dos políticos que votaram contra os trabalhadores brasileiros. A situação nacional também está acontecendo na cidade de Gurupi, onde a gestão do prefeito Laurez Moreira, está promovendo um verdadeiro terrorismo com os servidores municipais, notadamente da Unirg (docentes e servidores administrativos), ao citar constantemente em rodinhas e conversas públicas que ” o problema da sua gestão é a Unirg”, repetindo velhos discursos de todos os prefeitos que assumiram a gestão pública desde os anos 90, pós criação da então Fundação e Centro Universitário Fafich.
Foram velados todos os deputados federais, vereadores e o próprio prefeito, que está interferindo na administração da fundação, não permitindo que alguns avanços sejam dados e direitos adquiridos dos servidores sejam pagos, como progressões, recomposição salarial e acena com um futuro pacote de retirada de direitos adquiridos como licença prêmio docente, progressões e outros benefícios garantidos por lei.

Além dos estados citados acima, os docentes também participaram de manifestações no Amazonas, Amapá, Roraima, São Luís, Piauí, Fortaleza, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraíba e Sergipe. Confira álbum na página do ANDES-SN no facebook, com imagens de algumas das manifestações.

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*Com informações do Brasil de Fato, CSP-Conlutas, Aduff SSind e ApugSsind.
* Fotos: (1) manifestação em SP – Ricardo Stuckert – Brasil de Fato (2) Ponte Rioo-Niterói – Aduff SSind Luiz Fernando Nabuco

Fonte: ANDES-SN