O Brasil está vivendo uma conjuntura marcada por intensa seletividade da justiça, violações de direitos humanos, por ataques continuados aos direitos democráticos e profundo ataques às instituições públicas.

Tais situações já estão deixando marcas indeléveis no cotidiano das universidades, que vem sendo marcadas por assédio moral, perseguições a dirigentes sindicais e estudantis, operações de desmonte da carreira universitária, com mudança de regime de trabalho, estatutos e regimentos, direitos e conquistas dos docentes universitários das instituições de ensino federais, estaduais e municipais.

Toda essa agenda regressiva, o amplo ataque a autonomia universitária, a redução de verbas públicas para ciência e tecnologia, as alterações que visam atingir o tripé ensino, pesquisa e extensão, as praticas autoritárias e operações espetaculosas que difamam e desmoralizam instituições e pessoas também já estão atingindo em cheio os estudantes.

Acaba de serem divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNADC), para os anos de 2016 e 2017, que apontam a maior evasão do ensino superior da história do país.

A pesquisa realizada demonstra de forma assustadora o Brasil está vivendo uma alta evasão no ensino superior e com exceção de apenas três estados (Tocantins, Rio Grande do Sul e Piauí, que apresentaram aumento no número de estudantes) o cenário é de uma redução do numero absoluto estudantes que abandonaram a universidade sem concluir os cursos que estavam em andamento, que caiu de 7,7 milhões em 2016 para 7,55 milhões em 2017.

Toda essa evasão é fruto direto do aumento do desemprego, da informalidade, da redução de créditos e da brutal queda de renda que passa o país, o que vem tornando a vida dos estudantes pobres uma impossibilidade de permanecer estudando, uma vez que desempregados tem dificuldades com alimentação, usar transporte público e pagar outras despesas básicas.

No que tange especificamente ao Tocantins, a evasão geral só não foi muito grande porque a modalidade de Ensino a Distância (EaD) ainda foi responsável por manter diversos alunos matriculados. Todavia essa realidade vem provocando na UnirG uma evasão relativa em diversos cursos ofertados pelo Centro Universitário UnirG.

Isso como demonstração especifica, mas em termos macro temos também os demais membros desta família sendo expurgado de direitos. Sem contar que esse tipo de conjuntura só tende nos próximos anos a esvaziar ainda mais as instituições de ensino superior, dentre elas a própria UnirG.

Nesse sentido, essa deveria ser uma das principais preocupações dos dirigentes acadêmicos e administrativos da UnirG. Todavia não é isso que temos visto.

 

    Paulo Henrique Costa Mattos/ Presidente da APUG.