Na tarde desta quarta-feira, dia 14 de agosto, a Diretoria da APUG-SSind se reuniu com o Presidente da Fundação UnirG, Prof. Sávio Barbalho, para discutir dois pontos de pauta: 1 – O pagamento das Progressões na Carreira e as respectivas Portarias dos professores com avaliações deferidas pela CPAD; 2 – O Projeto de Lei para automatização da Revisão Salarial a cada Janeiro.

Podemos classificar de desoladora – para não dizer fracassada – a reunião. É bom lembrar que o Sindicato vem, desde o início de 2013 buscando fazer com que a Fundação UnirG cumpra sua obrigação de revisar os salários. O Projeto de Lei de 5% que o ex-prefeito Alexandre Abdala assinou e enviou à Câmara de Vereadores, nem o Sr. Laurez, nem seus vereadores, ninguém prestou atenção a ele. Em virtude da gestão do Presidente Sávio estar em seu início e em vista dos números alarmantes do comprometimento da UnirG com dívidas passadas, os professores deram a ele o prazo até o meio do ano. E ele mesmo,vislumbrando aumento de receitas com a correção das mensalidades dos alunos, cortes de gastos e atentados às licenças para Capacitação de professores, empenhou palavra de que, em Agosto, haveria possibilidade de atender os professores.

Não bastante isso, editou a famigerada Portaria nº 081, suspendendo direitos líquidos e certos de professores. Em junho deste ano, na última Assembleia da APUG-SSind, depois de duas reuniões consecutivas, buscando blindagem para poder implementar 15% de reajuste de mensalidades de alunos, anunciou, por escrito, que, neste Agosto, cessaria os efeitos da referida Portaria, acolhendo os pedidos de Progressão já deferidos. Acrescentou à proposta, uma vez que não poderia conceder a revisão salarial que os professores fizeram o favor de alongar para agosto, que enviaria um Projeto de Lei com Automatização da Revisão salarial ao Prefeito Laurez Moreira para aprovação do Legislativo e Executivo.

Surpresa nossa: além de não saber por onde andava o texto do Projeto de Lei (que na verdade foi elaborado pelos professores Adilar Daltoé, Paulo Henrique e Joel Pinho e protocolado na própria Presidência da Fundação), anunciou que não vai implementar o pagamento das Progressões na Folha de Agosto por não ter ideia exata das receitas a receber das mensalidades. Declarou que o texto de sua proposta tem um caráter político apenas e que não se vê obrigado a seu cumprimento uma vez que não tem as condições reais de cumpri-la.

O Presidente da APUG-SSind declarou-lhe, no ato, a gravidade desta falta de palavra e a péssima repercussão do não cumprimento da proposta. E pediu-lhe que, além de palavras e justificativas embasadas nas ações de gestores passados, ele definisse o que a Presidência de fato faria em relação aos dois pontos de pauta. Declarou ele que não pagará progressões agora em Agosto, pedindo um prazo até 10 de setembro para vislumbrar se poderá então implantá-las em Folha. Quanto ao Projeto de Lei, prometeu encontrá-lo.

Em relação ao Projeto de Lei referido, a APUG-SSind lembrou-lhe que, em virtude do compromisso  firmado, já tinha procurado o Executivo por duas vezes para motivar a continuidade do processo. Duas ocasiões frustradas. Mais: à falta deste Projeto, devia ocorrer outro: o costumeiro projeto anual que, em tese, já nem prazo há mais para garantir a revisão salarial em janeiro de 2014.

Reunião calamitosa, com a mesma cantilena dos déficits comprometedores da Fundação, etc. etc, terminando por responsabilizar a negociação que o Prefeito Laurez fez com a Previdência Social sobre a dívida do IPASGU, restando à UnirG 60 parcelas de mais de 200 mil reais cada uma. 

Para o Sindicato, basta de conversa. É hora de mobilização. Uma assembleia – que inclusive tem indicativo de greve em aberto – será convocada antes de findar Agosto. E a resposta virá. Os professores trabalham. São eles que rendem o dinheiro da Fundação. Já que não teríamos revisão dos salários, pelo menos as progressões deveriam ser contempladas no tempo prometido. Se a proposta é apenas instrumento político, com sua respectiva retórica, então nossa resposta deve assumir o caráter de repúdio.

E não nos acusem de falta de diálogo e compreensão do contexto. Quem quer compreensão, se adianta para a conversa. Um comportamento respeitoso faria o seguinte diante do compromisso inviabilizado: chamar as pessoas para ciência dos problemas, discutir juntos as soluções, propor outros acordos, dialogar, enfim. Nada disso ocorreu. Se o Sindicato não buscasse a cobrança, a coisa seguiria no seu descaso.

José Carlos de Freitas

Presidente da APUG-SSind