Neste sábado, 8 de junho, o Curso FILOSOFIA, CORPOREIDADE e CINEMA encerrou-se, cumprindo uma jornada de 30 horas para os alunos envolvidos. O curso foi ofertado em 6 quartas-feiras, durante o primeiro semestre de 2013, com repetição nos sábados subsequentes. Teve como coordenador o Prof. Me. José Carlos de Freitas e como colaboradores o Prof. Me. Joel Moisés Silva Pinho – que atuava nos sábados – e o Prof. Me. Paulo Henrique Costa Mattos – nas quartas-feiras.

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O curso buscou enfocar a problemática do corpo na Filosofia e no Cinema, relacionando-os em leituras paralelas.

No 1º encontro foi exibido o filme Frankenstein de Mary Shelley (Mary Shelley’s Frankenstein), direção de Kennety Branagh, USA, 1994. Teve como texto-piloto O sonho de Frankenstein, do professor de História da Arte, Jorge Coli – UNICAMP. Numa perspectiva ecfrásica, o autor mostrou como o projeto moderno se compôs de um olhar oscilante entre o sublime e o monstruoso e cadavérico. O enfoque também recaiu sobre os fazeres da Ciência, dessacralizadora e incansavelmente falha.

No 2º encontro, com o filme Substitutos (Surrogates), direção de Jonathan Mostow, EUA, 2009 e com o texto-piloto O homem pós-orgânico da antropóloga e filósofa argentina Paula Sibilia, foi abordada a condição do corpo na atualidade, dentro da continuidade do projeto moderno cartesiano de cisão entre mente e corpo, com a visível digitalização do corpo. Desta vez, a transformação do homem em algo digital é totalmente patrocinada pela Ciência.

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 No 3º Encontro, foi exibido o filme A pele que habito (La piel que habito), direção de Pedro Almodóvar, ESPANHA, 2011, com o apoio de dois textos-pilotos: A produção farmacológica de si , do antropólogo francês David Le Breton, e O pavor da carne, também de Paula Sibilia. O encontro oportunizou questões fundamentais da Bioética, além de mostrar o poder da ciência em recondicionar o corpo em múltiplos designers, o que, segundo Le Breton, é um adeus ao corpo, e, conforme Sibilia, um ódio à carne.

No 4º Encontro, o filme O Cavalo de duas pernas [(Asbe Du-Pa) (Two-legged horse), direção de Samira Makhmalbaf, IRÃ, 2008, permitiu a abordagem do corpo sob o enfoque do adestramento e da docilização. Foi usado, como apoio o texto Os corpos dóceis de Michel Foucault.

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No 5º Encontro, o filme O cisne negro (Black swan), direção de Darren Aronofsky, EUA, 2011, foi argumentado com o apoio do pensamento do filósofo Herbert Marcuse, através do texto As imagens de Orfeu e Narciso. Marcuse evidencia a dialética entre o Princípio de Prazer e o Princípio do Desempenho, no mundo administrado, perfeitamente aplicável à obsessiva perfeição buscada pela bailarina do filme.

Por fim, neste último Encontro, foi exibido o filme Contos proibidos do Marquês de Sade (Quills), direção de Philip Kaufman, EUA/Alemanha/Inglaterra, 2000, com o texto-piloto do filósofo brasileiro Paulo Ghiraldelli Jr, Crise da individualidade: o corpo dá as caras. Ghiraldelli defende que nossa era não é, de fato, a de um adeus ao corpo, mas uma era em que só há o corpo. E faz uma abordagem sobre Sade, onde a individualidade teria sido explodida, tendo o corpo substituído pelo que foi o sujeito identitário moderno.

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O curso foi oferecido pela APUG-SSind em parceria com o Curso de Educação Física da UnirG e se destinava a professores, servidores e professores tanto da Academia quanto da comunidade gurupiense. A participação maior foi de alunos que, além do mais, buscavam por acréscimo das atividades extra-curriculares. Na avaliação de seus coordenadores, o curso cumpriu seus objetivos.

Filosofia e Cinema é um projeto da APUG-SSind que vem, regularmente, funcionando a cada semestre. Primeiro, foi uma edição de 2 anos, divididos em 4 etapas (2010/2, 2011/1, 2011/2 e 2012/1) – um curso de temáticas gerais, com apoio de vários professores da UnirG. Depois, foi realizado o Curso Cinema e Direitos Humanos, 30 horas, no 2º semestre de 2012, coordenado pelos professores José Carlos de Freitas e Paulo Henrique Costa Mattos.

Para o 2º semestre de 2013, será certamente preparado um outro curso com temática específica. Sempre com o cuidado da interdisciplinaridade, para o aproveitamento de todos.

A coordenação do Curso agradece aos professore Joel e Paulo Henrique pela colaboração e aos alunos pela participação.